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BNDES tem repelente guardado em casa

  • 17/10/2013
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Uma singela recomendação ao BNDES para que ele prossiga prestando seus bons serviços a  Nação: adote a velha e boa receita caseira e produza um documento sobre o seu destino. Ato contínuo, coloque-o em discussão pública. Desde sua criação pelo ministro da Fazenda Horácio Lafer, não tem sido outra a fórmula. O soro antiofídico para as campanhas destrutivas solertes que o BNDES tem sofrido são os grandes planos estratégicos para sua própria atuação, produzidos integralmente pela nata dos profissionais da casa. Já na sua origem, através da Lei nº1.628, foi grande a preocupação de blindar o banco da interferência de neófitos e oportunistas, além de luminares com a cabeça em Júpiter. Passados cinco dias da sua criação, o jornal O Globo já publicava editorial sobre os riscos “de que o governo queira utilizá-lo para resolver situações partidárias”. “A única preocupação do Sr. Getúlio Vargas – dizia o jornalão – deveria ser não deixar que o banco se levasse por critérios políticos e reunisse homens adequados, com os atributos de idoneidade e experiência em assuntos técnicos”. Dito e feito. A regra da história do BNDES, com exceção de alguns acidentes como a “privataria” no governo FHC, é essa. E o banco produziu o asfalto das estradas por onde rodaria o país e se juntou ao comboio, ora como locomotiva. O primeiro documento estratégico de porte foi o Programa de Reaparelhamento Econômico. A partir daí, a lista de realizações não parou de crescer: Fundo de Desenvolvimento Técnico Científico (Funtec), funding para financiamento a  indústria através do PIS/Pasep, do FAT, o Programa de Insumos Básicos e Substituição de Importações e a BNDESPar. Neste rol entram também o documento da Integração Competitiva do Brasil na Economia Mundial e o Finsocial, Programa Nacional de Desestatização, e tantos outros. Agora, na esteira do episódio do Lehman Brothers, e repetindo o ocorrido com o Nixon Shock – episódios em que teve de fazer políticas compensatórias para evitar o desastre nacional – o banco volta a apanhar como boi ladrão. E querem que ele seja uma instituição de apoio ao mercado de capitais, que seja somente um repassador de funding aos bancos privados, que se restrinja a infraestrutura, que extermine a BNDESPar, que fique reduzido, que suma do mapa… É muita ladainha! Portanto, segue a boa dica. O corpo técnico que se reúna sob a batuta de Luciano Coutinho, mergulhe na questão e produza os “Cenários da Economia Brasileira e da Ação Estratégica do BNDES”. E faça com que o documento circule entre os stakeholders e abra o debate sobre o assunto. Aliás, como sempre foi.

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