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A produção de etanol entrou no radar do Grupo Ultra. Por ora, o projeto não passa de uma semente, mas, dentro da empresa, já haveria estudos para a entrada no setor sucroalcooleiro. O grupo teria, inclusive, contratado um banco de investimentos para garimpar possibilidades de aquisição. Não é preciso ser um gênio para identificar as sinergias entre a produção de álcool e a distribuição de combustíveis, um dos principais negócios do Ultra por meio das bandeiras Ipiranga e Texaco. Menos ainda para deduzir que o objetivo seria reprisar o modelo adotado por Cosan e Shell, que juntaram suas usinas sucroalcooleiras e suas bombas de gasolina sob a marca Raízen. O setor sucroalcooleiro não vive seus melhores dias, vide a suspensão quase epidêmica de novos projetos de expansão. O que este cenário tem de preocupante tem também de atrativo. A queda nos preços do etanol e o crescente nível de endividamento do setor pesam a favor dos interesses do Ultra. Para quem quer entrar no clube pagando baratinho pelo título de sócio, a hora é essa. O mercado está extremamente ofertado de ativos depreciados. Somente em São Paulo e na Região Centro- Oeste há mais de 40 usinas a venda, a maior parte afetada pelo binômio alta dívida e baixa rentabilidade. Alguns dos ativos nas prateleiras do setor permitiriam ao Grupo Ultra desembarcar na indústria sucroalcooleira já com razoável porte. É o caso, por exemplo, das usinas São Luiz e São João, localizadas, respectivamente, em Pirassununga e São João da Boa Vista, em São Paulo. Há mais de um ano a espanhola Abengoa procura um comprador para as duas plantas, adquiridas da Dedini Agro, em 2008, por aproximadamente US$ 700 milhões – quase US$ 400 milhões em dívidas. Juntas, elas têm capacidade para a moagem de mais de 5,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano.
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