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O alívio financeiro do Votorantim estava baseado em três letras – IPO. Agora, tende a aumentar para outras cinco: BNDES. O abrupto cancelamento da oferta de ações da Votorantim Cimentos praticamente empurrou o grupo para os braços do banco. Não que a situação dos Ermírio exija uma intervenção “hospitalar”. Uma melhor imagem seria a de uma temporada em um “spa” para perder adiposidades e retomar a silhueta esguia. E o BNDES é o mais luxuoso “spa” conhecido na praça. Fora o fato que não desabona ninguém fazer uma visitinha ao banco. No IPO, a Votorantim Cimentos previa captar R$ 7 bilhões. É provável que a ordem de grandeza do pedido ao BNDES seja inferior. Mas, se alguém tem de ser responsabilizado, esse alguém são as externalidades. Todo o planejamento para a recuperação financeira da casa dos Ermírio foi abalroado pelas condições cada vez mais inóspitas dos mercados internacionais. Sem o chão do mercado de capitais, o bendito cimento não pode mais ser usado para concretar a lápide onde seriam enterrados os equívocos anteriores de gestão, entre os quais uma diversificação de negócios no mínimo questionável. Mas o pote dos valores mobiliários secou junto com o IPO. O BNDES surgiria, então, como uma espécie de avalista do Votorantim, ajudando a melhorar sua percepção de risco. Tudo o que grupo menos precisa neste momento é de um rebaixamento de rating. É bem verdade que, mesmo após a suspensão do IPO da Votorantim Cimentos, a Standard & Poor`s manteve as notas da Votorantim Industrial e da Votorantim Participações. Mas, como se sabe, agências de classificação de risco costumam dizer “saúde” antes do sujeito espirrar. O downgrade continua no ar, feito um ácaro. No passado recente, os Ermírio de Moraes chegaram a cogitar a venda de operações para capitalizar o grupo – a desmobilização se concentraria, sobretudo, na divisão de metais, uma das mais deficitárias junto com a operação bancária. No entanto, esta é mais uma porta momentaneamente fechada. O dólar valorizado surge automaticamente como um fator de depreciação dos ativos, potencializando outras variáveis, tais como o mercado deprimido, a superoferta de metais, a obsolescência de plantas metalúrgicas e os elevados custos de produção no Brasil. Hoje, a dívida líquida da Votorantim Industrial gira em torno dos R$ 18 bilhões. Esta cifra equivale a mais de três vezes e meia a geração de caixa. Segundo levantamento da própria Standard & Poors, caso a margem operacional fique abaixo de 20%, essa proporção pode chegar a quatro vezes no fim do ano, exatamente o limite do limite do aceitável nos critérios usados pelas agências de rating. A preocupação dos Ermírio de Moraes é evitar que o cancelamento do IPO da Votorantim Cimentos crie um gap de solução. Até porque, os resultados seguem sofríveis. No primeiro trimestre deste ano, a Votorantim Industrial só não fechou no vermelho mais uma vez por obra e graça da divisão de cimentos. As áreas de metais e siderurgia tiveram prejuízos acima dos R$ 100 milhões. Só no ano passado, as operações de metais, siderurgia e celulose jogaram nesta conta mais de R$ 2 bilhões. Por isso e por tudo o mais, espera-se que o BNDES atenda os Ermírio de Moraes com o mesmo carinho dos últimos 50 anos.
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