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A Lácteos Brasil (LBR) está dando uma demonstração de ausência de fair play corporativo. Os controladores da empresa – GP, Wilson Zanatta e Marcos Elias, da Laep – aplicaram um carrinho por trás no BNDES, dono de 30% da LBR. Não obstante a delicada situação financeira da companhia, o trio teria se comprometido com o banco a manter todos os postos de trabalho, ao menos até a aprovação do plano de recuperação judicial e a eventual negociação de um novo aporte da agência de fomento. No entanto, o acordo de cavalheiros virou coalhada. Nas últimas semanas, a LBR teria dispensado cerca de 200 funcionários nas fábricas de Gaurama (RS) e São José dos Cedros (SC). No início de abril, a empresa havia anunciado a suspensão da produção de queijo nas duas unidades, que foram rebaixadas a meros postos de resfriamento de leite cru. O bota-fora atingiu também a fábrica de processamento de leite da Fazenda Vilanova (RS), onde o número de demissões já teria passado de 150. Não deve parar por aí. Segundo informações filtradas junto a LBR, são grandes também as possibilidades de cortes nas fábricas de Votuporanga e Presidente Prudente, ambas em São Paulo. Procurada, a empresa disse que “não comenta rumores de mercado”. Os acionistas da LBR parecem gostar de brincar com fogo. Como se não bastasse o BNDES ser o BNDES, qualquer plano de reestruturação da empresa terá de passar obrigatoriamente pelo banco. Além de acionista, a agência de fomento é um dos principais credores da fabricante de laticínios. A LBR, que entrou com pedido de recuperação judicial em fevereiro, carrega sobre os ombros uma dívida superior a R$ 1 bilhão.
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