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Ao contrário que Paulo Guedes pensa, ele não é um ateniense. Não tem as luzes do pensamento democrático e dialético, a exemplo dos estadistas Sólon, Clístenes e Péricles. O ministro mais parece um hoplita, legionário espartano que partia na fileira de frente na guerra contra os centenas de milhares de persas, na Batalha dos Termópilas, pronto para morrer. Guedes é o líder dos “300” guerreiros da equipe econômica.
Queira-se ou não, o ministro deixará um legado: seu diagnóstico dos problemas econômicos ficará para quem sucedê-lo, sujeito, obviamente, às adequações do futuro ocupante da Pasta. O receituário de Paulo Guedes não sairá de cena. Ele inclui a já realizada – e ainda por completar – reforma da Previdência, e mais as reformas tributária, administrativa, do Pacto Federativo, além das medidas pró-produtividade, marcos regulatórios e privatizações. A busca pelo equacionamento da questão fiscal seguirá, seja com a esquerda, o centro ou a direita.
O problema do conserto do Estado se manterá prioritário. Afinal, ninguém discute que a rearrumação profunda da máquina estatal é inevitável. Nesse ponto, o ministro está mais para o éforo Estelenides, cuja palavra de ordem era “vamos à guerra”, no caso com o aposto neoliberal, ou, como se diz hoje, fiscalista. São 300 espartanos com lanças longas, mas com suas xiphos, espadas curtas, insuficientes para o enfrentamento. Caminham para a morte, tendo à frente seu general, disposto a tudo. Podem fritar Paulo Guedes, mas o resíduo, aquele bem queimado, que permanece no fundo da frigideira, ficará incrustado por muito tempo ainda.
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