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ADM quer até a última gota de óleo da Agropalma

  • 11/12/2012
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A ADM já firmou o pé de apoio para dar um salto de longa distância no mercado brasileiro de biodiesel. Os norte-americanos preparam sua entrada na produção de óleo de palma. E pretendem fazê-lo pela porta da frente, com a aquisição de um grande ativo do setor. Neste caso, todos os caminhos na lavoura apontam na direção da Agropalma, controlada pelo banqueiro Aloysio Faria. De acordo com uma fonte ligada a  ADM, a empresa estaria avaliada em aproximadamente R$ 800 milhões. Procurada, a Agropalma disse “não ter conhecimento dessa informação”. Já a ADM comunicou que “não comenta especulações de mercado”. Trata-se de um sonho antigo da ADM. Há cerca de quatro anos, a trading chegou a sondar a Agropalma, mas a crise global e as incertezas quanto ao mercado de biodiesel no Brasil falaram mais alto. Os norte-americanos acabaram colocando sete palmos de terra em cima do projeto. Desta vez, no entanto, a ADM tem razões de sobra para partir com apetite redobrado para cima da Agropalma. O ingresso na produção de óleo de palma é visto pelos norte-americanos como fundamental para consolidar sua operação de biocombustíveis no Brasil – o grupo é dono da maior fábrica de biodiesel de soja do país, em Rondonópolis (MT). Para a ADM, a aquisição da Agropalma teria uma maisvalia do ponto de vista geoeconômico e da distribuição das peças no tabuleiro do setor. O grupo tiraria de circulação um ativo cobiçado pelos principais players do mercado, leia-se, notadamente, a Petrobras Biocombustíveis. Nos últimos anos, a Agropalma teria enfrentado alguns percalços financeiros e operacionais, mas sacudiu a poeira e deu a volta por cima. Recentemente, anunciou um plano de investimentos superior a R$ 300 milhões. Originalmente, o projeto da ADM para a produção de biodiesel a base de palma passava exclusivamente pela montagem de uma operação própria, a começar pela construção de planta industrial no Pará, orçada em aproximadamente US$ 150 milhões. Esta hipótese ainda não está descartada. Mas os norte-americanos estão convictos de que, sem uma grande aquisição, não conseguirão ter um negócio com a escala necessária e, sobretudo, no ritmo desejado. A trading acabou se deparando com uma série de dificuldades para iniciar a produção de óleo de palma. O projeto da fábrica no Pará está atrasado. Os norte-americanos suaram até encontrar áreas liberadas pelas autoridades ambientais para o plantio de soja. Questões burocráticas ainda entravam o cultivo em algumas das terras adquiridas. Há também falta de mão de obra para trabalhar nas lavouras.

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