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A Petrobras abriu negociações com a Chevron para a venda de sua refinaria em Pasadena, no Texas. Há cerca de duas semanas, executivos das duas empresas se reuniram no Rio de Janeiro para tratar do assunto. Segundo uma fonte ligada a Petrobras, a expectativa é que os norte-americanos iniciem o processo de due diligence até meados de agosto. O dote pedido pela Petrobras gira em torno de US$ 1,4 bilhão, além da assunção da dívida da refinaria. Está longe de ser um grande negócio. O valor é pouco superior ao total que a empresa desembolsou pelo ativo. Em 2006, a estatal pagou US$ 360 milhões por metade do capital da refinaria. Logo depois, mergulhou em um contencioso com a belga Astra, dona dos 50% restantes – a disputa estava relacionada ao exercício da opção de venda das ações pertencente ao grupo europeu. O processo judicial só se encerrou em junho, após a empresa pagar US$ 820 milhões pelas ações da Astra. Procuradas, Petrobras e Chevron não quiseram comentar o assunto. A operação é resultado da decisão da diretoria da Petrobras de se desfazer de seus ativos internacionais na área de refino. Além da unidade nos Estados Unidos, procura também um comprador para a sua refinaria no Japão. Os recursos amealhados com a negociação destes ativos já têm endereço certo. Vão reforçar os investimentos da empresa em exploração e produção, notadamente em seus blocos no pré-sal. Maria das Graças Foster não vê a hora de fechar o acordo com a Chevron. Ela pretende creditá-lo em sua conta como o conserto de uma decisão equivocada da gestão de José Sergio Gabrielli. Se Graça, mais uma vez, caprichar no automarketing, vai ser difícil o expresidente da Petrobras encontrar argumentos que o defendam dessa desmoralização da sua gestão. Ao vender a refinaria de Pasadena, a estatal vai virar a página de um negócio malsucedido. Ao entrar na refinaria, a Petrobras planejava duplicar sua capacidade e aumentar a rentabilidade. Com a venda antecipada, fica a dúvida se, em algum dia, ela valeria a pena, conforme apostava o hoje desgastado Gabrielli.
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