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RBS deporta seus gaúchos dos cargos de comando

  • 27/06/2012
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Há muito barulho por bairrismo na RBS. O atual mandachuva e um dos herdeiros, Eduardo Sirotsky Melzer, chutou o gauchismo para longe. Ele importou o ex-diretor da Telefônica para a América Latina, Mariano De Beer, que assumiu o comando da HSM – empresa de educação do grupo. A contratação de De Beer é vista dentro da própria RBS como mais uma demonstração do empenho de Melzer em espanar os gaúchos dos cargos cinco estrelas da companhia. O maior símbolo desta expatriação é o fortalecimento de Fabio Bruggioni na gestão do grupo. Ex-vice-presidente do segmento corporativo da Telefônica, o executivo foi contratado em abril do ano passado, já por influência de Eduardo Melzer. Posteriormente, quando “Duda” foi alçado a  presidência da RBS, Bruggioni assumiu suas antigas funções, leiase todas as operações que não incluem rádio, TV e jornal, ou seja, internet e a própria HSM, entre outros negócios. A dobradinha Melzer e Bruggioni não se limitou a  contratação de De Beer. Recentemente, arregimentou outros dois exdiretores da Telefônica e promete não parar nisso. Essa ruptura conduzida por Melzer mexe muito com os brios riograndenses e, especialmente, com a autoestima de seu tio Nelson Sirotsky. Presidente do Conselho de Administração, Nelson passa grande parte do tempo em seu luxuoso apartamento em Nova York. Ele não pode sequer ouvir falar no nome da Telefônica, um ninho de cobras onde, a seu ver, “Duda” foi buscar os membros do altocomando da RBS. Explicase: por ocasião da privatização da Telesp, Telefônica e RBS eram parceiras. Coube, entretanto, ao grupo gaúcho o trabalho de leão em toda a modelagem. No entanto, o então CEO da Telefônica, Juan Carlos Villalonga, jogou Sirotsky para escanteio antes do leilão. A puxada de tapete fez tão mal ao empresário que ele passou mais de um ano para se recuperar emocionalmente do baque. Seu sobrinho, contudo, insiste em ignorar tanto as suscetibilidades do tio quanto as tradições riograndenses. Antes de assumir a presidência da casa, “Duda” parecia disposto a fincar pé em solo gaúcho. Comprou a mansão de Frederico Gerdau e se dizia muito satisfeito. Bastou trocar de cargo para adquirir um apartamento no Jardim Europa, em São Paulo, e se tornar mais um gaúcho mezzo auto-exilado. Nos pampas, onde a RBS, junto com Gerdau e Grendene, são as poucas empresas de expressão nacional, a fuga de um filho da terra para outras plagas tem uma repercussão daninha. Os mais raivosos já dizem até que Melzer vai levar a sede do grupo para São Paulo.

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