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Acervo RR
A possível mudança das regras do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNDE) e do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) acendeu um rastilho de pólvora no relacionamento entre o ministro Guido Mantega e um grupo de governadores. O motivo é a proposta de que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil passem a conceder empréstimos com recursos das duas carteiras, prerrogativa que sempre foi exclusividade dos bancos de fomento regionais, leia-se Basa e Banco do Nordeste. Uma tropa de choque de governadores do Norte e do Nordeste, capitaneados por Eduardo Campos (PE) e Simão Jatene (PA), tem feito pressão em Brasília para evitar a dispersão dos recursos. Um de seus principais interlocutores e aliados é o titular da Pasta da Integração Nacional, Fernando Bezerra, que, diga-se de passagem, está longe de ser um dos nomes mais fortes da Esplanada dos Ministérios. Para todos os efeitos, Mantega argumenta que a medida se deve a necessidade de enquadramento do Basa e do BNB no índice da Basileia. No entanto, os governadores acham que tudo não passa de uma manobra da Fazenda com o deliberado objetivo de esvaziar os dois bancos regionais. Até porque Mantega já teria sinalizado a intenção de aumentar gradativamente o volume de recursos repassados a CEF e ao BB. Qualquer tiro na direção do Basa e do BNB atinge em cheio os governadores do Norte e do Nordeste. Significa automaticamente uma perda de poder, seja no que diz respeito a obtenção de recursos, seja em relação a influência política sobre as duas instituições. Eduardo Campos, Simão Jatene e cia. temem ainda que a lipoaspiração do Basa e do BNB se estenda para a Sudam e a Sudene, que também usam recursos provenientes dos dois fundos. No entanto, os fantasmas que rondam os políticos nordestinos arrastam correntes ainda mais pesadas. Há um receio de que Guido Mantega nutra a maior simpatia pela ideia de extinção do Basa e do Banco do Nordeste.
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