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Dívidas da Celpa caem no para-raios da Eletrobras

  • 9/03/2012
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A interferência do governo no processo de venda do Grupo Rede é mais complexa do que se imagina. Há uma prioridade da prioridade na operação: o destino da Celpa. Segundo uma alta fonte do Ministério de Minas e Energia, antes mesmo de encontrar um comprador para todo o conglomerado, o governo vai se concentrar especificamente na distribuidora paraense, visto como o epicentro da crise financeira da Rede. Esta lâmpada incandescente deverá cair no colo da Eletrobras. Na área de Minas e Energia, o entendimento é que a estatal terá de engolir este batráquio para evitar o mal maior. Há um consenso em Brasília de que a venda do controle do Grupo Rede será praticamente impossível se a Celpa permanecer dentro do embrulho. Existem duas hipóteses sobre a mesa. A mais drástica e óbvia prevê a incorporação integral da Celpa pela Eletrobras. Uma solução menos impactante para o cofre da estatal seria a assunção de apenas 49% das ações. O governo se encarregaria de atrair investidores privados para ficar com o restante das ações – um financiamento do BNDES para a rearrumação da casa seria a isca presa ao anzol. Esta estrutura evitaria a estatização da empresa paraense. No entanto, a própria área técnica de Minas e Energia, responsável pela elaboração deste modelo, considera sua execução extremamente difícil. A Celpa é um problema de altíssima voltagem. Tem dívidas de mais de R$ 2,5 bilhões, para um patrimônio inferior a R$ 800 milhões. A empresa registra sucessivos prejuízos. Entre janeiro e setembro do ano passado, acumulou perdas de quase R$ 160 milhões. A distribuidora está no rodapé do ranking da Aneel, que segue indicadores de desempenho operacional. Há tempos a companhia não recebe investimentos do Grupo Rede. Seja qual for o modelo seguido, a entrada da Eletrobras no capital é vista pelo governo federal como a última cartada para evitar o esfarelamento da empresa, o que poderia colocar em risco até mesmo o abastecimento de energia elétrica no Pará. Aos olhos do Ministério de Minas e Energia, a situação chegou a tal ponto que somente a estatal tem, neste momento, poder e cacife para se sentar com os credores da Celpa e iniciar uma lenta e intrincada renegociação do passivo.

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