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Acervo RR
Fábio Barbosa, presidente do Conselho de Administração do Santander, tornou-se o José Alencar do PT para as eleições municipais em São Paulo, em 2012. Trata-se de um pedido direto do ex-presidente Lula. Barbosa é visto como o vice sob medida para qualquer um dos candidatos que vier a disputar o pleito ? Marta Suplicy, Fernando Haddad ou Aloizio Mercadante. Este último, inclusive, mantém uma relação bastante estreita com o executivo. A exemplo do papel desempenhado por Alencar em 2002 em um nível mais abrangente, Barbosa funcionaria como uma espécie de avalista da candidatura petista entre o empresariado de São Paulo, no que promete ser uma das mais acirradas disputas já vistas pela Prefeitura da capital. Caberia a ele, principalmente, aproximar o partido da banca. Fábio Barbosa e Lula acabaram criando uma relação de proximidade ao longo dos últimos oito anos. Não custa lembrar que Barbosa foi convidado por três vezes para assumir a presidência do Banco Central. A primeira delas, em 2002, ocorreu por intermediação de Antonio Palocci. Barbosa era o primeiro nome da lista, a frente do próprio Henrique Meirelles. A segunda convocação se deu em 2008, pouco antes de o Brasil receber o investment grade da Standard & Poor’s. Na ocasião, o então presidente Lula chegou a convidar também o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, no que certamente foi o período mais tenso de toda a gestão de Henrique Meirelles a frente do BC. O terceiro e mais recente chamamento para que Barbosa assumisse o comando da autoridade monetária foi feito em dezembro de 2010, já com vistas a montagem do governo de Dilma Rousseff. Mais uma vez, o executivo declinou. Não obstante ter posado de Pedro e negado o pedido de Lula por três vezes, Barbosa continuou em alta junto ao PT e ao próprio ex-presidente. Sua tríplice recusa foi feita com fundamentos consistentes e acabou compreendida pelo governo, muito em razão dos serviços prestados. Durante boa parte da gestão Lula, ele foi um canal permanente entre o governo e o setor financeiro. Entre seus pares, Barbosa ganhou o epíteto de ?o banqueiro do PT?. Em tempo: mais uma vez, os destinos de Fábio Barbosa e Henrique Meirelles se cruzam. Se o Congresso Nacional postergar ainda mais a aprovação da indicação de Meirelles para a presidência da Autoridade Olímpica, corre o risco de ter de sabatinar outro nome. Já antevendo a saída de Barbosa do banco, prevista para o fim do ano, o Santander sondou o excomandante do BC para assumir a presidência de seu Conselho de Administração no Brasil.
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