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Acervo RR
O “Banco do Sul” está morto! Viva o “Banco do Sul”! A presidente eleita Dilma Rousseff pretende resgatar das cinzas o projeto de criação de uma agência de fomento na América do Sul. A proposta vai renascer com uma amplitude menor, ao menos em seus primeiros passos. Dilma planeja usar o conceito original como proxy para a montagem de um banco bilateral capitaneado por Brasil e Argentina. O objetivo será o financiamento do comércio entre os dois países e investimentos cruzados de empresas brasileiras e argentinas. O ministro Guido Mantega já iniciou entendimentos sobre o assunto com os ministros da Economia e da Indústria da Argentina, respectivamente, Amado Bodou e Débora Giorgi. Até março, os dois países deverão formatar um primeiro esboço da proposta. Os recursos para o novo banco virão do BNDES e dos também estatais Banco de La Nación Argentina e Banco de Inversión y Comercio Exterior (Bice). Ou seja: a Corporacion Andina de Fomento (CAF) e o Fondo Financiero para el Desarrollo de la Cuenca del Plata (Fonplata), partícipes do projeto original, ficariam de fora. Alguns fatores explicam o apartheid em relação ao projeto original, que previa a criação de uma agência de fomento englobando todos os países da América do Sul. Durante as negociações para a criação do “Banco do Sul”, diversos governos regatearam, sobretudo na hora de decidir o modelo de alocação dos recursos e a cota que caberia a cada nação. Por ora, só a Argentina demonstrou intenção em resgatar as negociações não obstante as tortuosas relações comerciais entre os dois países. Além disso, entre os assessores de Dilma Rousseff, a aposta é que o projeto acabará atraindo outros países do continente pela sua própria força gravitacional. Chile, Uruguai e Colômbia são vistos como os candidatos mais fortes a se engajar a nova instituição em um segundo momento. No final, tudo se resume a um brado: “Samuel Pinheiro Guimarães está morto! Viva Samuel Pinheiro Guimarães”.
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