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Acervo RR
A estratégia da ADM para o mercado de açúcar e álcool no Brasil balança feito um pêndulo. A companhia tem demonstrado sinais trocados sobre o que vai fazer no país. Se, por um lado, tem procurado investidores para negociar parcerias; por outro, deixou claro para o ex-ministro Antonio Cabrera, seu parceiro em duas usinas, que sairá da sociedade. O grupo colocou a venda os 49% que detém nas usinas Limeira do Oeste, no Triângulo Mineiro, e Jataí, em Goiás. A decisão pegou de surpresa Cabrera, já que há poucos meses a ADM aprovou o plano de investimentos na planta de Jataí. Por trás dos panos, a estratégia mais acalentada pela ADM no Brasil, o que não necessariamente tem o beneplácito da matriz, é comprar usinas que tenham grande endividamento, ou que estejam até mesmo em recuperação judicial, em parceria com fundos de investimento. A subsidiária do grupo americano pretende acelerar o processo de consolidação da sua posição no mercado brasileiro com a compra de ativos depreciados. A preocupação da ADM no Brasil é perder as oportunidades que estão surgindo com a consolidação do setor no país e abrir espaço para concorrentes internacionais que estão ávidas por comprar usinas, como o grupo belga Alco Group, o Sumitomo, do Japão, além de chineses e indianos. Difícil será convencer a matriz a colocar dinheiro em um setor ainda bastante vulnerável a oscilação de preços do açúcar no mercado internacional há, pelo menos, dois anos. A dissolução da sociedade com o ex-ministro é um dos pontos de consenso. A venda deverá ser celebrada até o início do próximo ano. Cabrera pediu apenas um tempo para encontrar um comprador.
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