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Acervo RR
Se a presidente Dilma Rousseff fizer valer o plano de reestruturação administrativa e operacional da Eletrobras que repousava sobre sua mesa na Casa Civil, a “Petrobras” da energia elétrica ganhará corpo já no primeiro ano de governo. O redesenho da estatal vai ceifar boa parte da autonomia gerencial de Furnas, Chesf e Eletronorte, alinhando-as totalmente com a holding. Pelo novo modelo, a Eletrobras vai centralizar as decisões sobre o programa de investimentos de todas as controladas. Questões intrínsecas ao plano estratégico, como licitações e compras de equipamentos, também passarão a alçada da holding. A principal mudança, que afetará diretamente o xadrez da divisão de cargos no próximo governo, diz respeito a cadeia de comando das controladas. Se o novo formato vingar, o principal executivo de Furnas, Chesf e Eletronorte se tornará algo mais próximo de um diretor-geral, perdendo na prática o atual status de CEO. Ou seja: três cadeiras extremamente cobiçadas pelos partidos da base aliada vão virar um prêmio de consolação. As mudanças vão contemplar também a definição dos recursos do Sistema Eletrobras para 2011. O orçamento da holding passará a ter caráter determinativo e não apenas referencial para as controladas, como ocorre atualmente em alguns casos. Trata-se de mais um ponto-chave do processo de centralização do poder, que transformará Chesf, Furnas e Eletronorte em subordinadas de fato e de direito. Deverão seguir um orçamento unificado e respeitar a alocação de recursos determinada pela Eletrobras. Perderão ainda a autonomia para negociação de parcerias estratégicas.
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