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Acervo RR
A Cemig desistiu de comprar sozinha o controle da CTEEP, do grupo colombiano ISA. A estatal mineira articula um acordo com a espanhola Abengoa para entrarem juntas no negócio, que deverá ser o maior do setor, pois envolverá a companhia top no ranking regional do país. Pela negociação em curso, a Abengoa vai entrar no capital da Taesa, usada pela Cemig para agrupar seus ativos de transmissão de energia elétrica. A empresa espanhola assumirá um terço do capital da Taesa, mesma quantidade de ações que tanto a Cemig quanto o FIP Coliseu passarão a ter no negócio. Não somente a composição do capital da Taesa, mas também o formato do acerto com a ISA seria diferente. A proposta alinhavada pela Cemig, com o consentimento da Abengoa, é comprar 51% das ações ordinárias da Cteep e deixar o restante com a ISA e a Eletrobras. A operação societária colocará a Cemig na vice-liderança do setor de transmissão de energia elétrica, atrás apenas da Eletrobras. Do lado da ISA, a permanência no capital da CTEEP e, por extensão, no maior mercado da América Latina atende a sua estratégia de internacionalização. A empresa colombiana quer manter uma posição expressiva no exterior para reduzir a dependência em relação ao seu país. O Brasil já representa para a ISA mais de 35% do faturamento. Este percentual deverá passar dos 50% se a Cemig fizer valer a promessa de transformar a CTEEP no cavalo de batalha para arrematar ativos de transmissão no país inteiro. No topo da lista estão as linhas que serão leiloadas pela Aneel para interligar os grandes projetos hidrelétricos da Amazônia ao sistema nacional de transmissão de energia elétrica. A compra de 51% do capital da CTEEP deverá exigir um desembolso de aproximadamente R$ 2 bilhões e, se depender da Cemig, a transação será concluída até o fim deste ano. Para agilizar o processo, um grupo de diretores da estatal viajará a Bogotá e a Madri para acertar os detalhes da operação e estabelecer os percentuais finais de participação de cada um. Apesar de minoritária na Taesa, a estatal não abre mão de ter a gestão da CTEEP, seguindo o mesmo modelo adotado na Light. A Abengoa, apesar da expertise no segmento, será investidora e a responsável pela construção e instalação dos equipamentos nas novas linhas que serão arrematadas pela CTEEP.
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