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Acervo RR
A Cobra Tecnologia destila um veneno mortal para os executivos do Banco do Brasil. Maiores detalhes podem ser obtidos com Luiz Carlos de Azevedo, que deixou a diretoria de reestruturação de ativos do BB para assumir o comando da empresa. Bastaram oito meses para a gestão de Azevedo cair em desgraça no grupo. Dentro do banco, já se fala até em novas mudanças na gestão. Um dos candidatos a assumir a presidência da ofídica subsidiária do BB seria Marcos Antonio Moser, diretor da estatal. Precipitada ou não, a pressão vem do andar mais alto do BB. O próprio presidente do banco, Aldemir Bendine, responsável pela indicação de Azevedo, é o insatisfeito-mor com os números da sua administração. Quem também seria favorável a troca é o vice-presidente de finanças do BB, Ivan de Souza Monteiro. O executivo tem forte ascendência sobre os destinos da Cobra, aproveitando-se do vácuo de poder deixado por José Luis Salinas, vice de Tecnologia e Logística do banco. Formalmente, a subsidiária está no raio de ação da área de TI do BB, mas Salinas sempre manteve prudente distância da empresa. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Cobra não se pronunciou sobre a possível troca no comando. Azevedo assumiu o comando da Cobra com a missão de fazer o que seu antecessor, Jorge Wilson, não conseguiu: fechar o balanço anual no azul. Mas, pelo andar da carruagem, o traiçoeiro réptil será letal para mais um dirigente do BB. No primeiro trimestre do ano, a Cobra teve um prejuízo operacional de R$ 30 milhões, contra R$ 3,4 milhões de perdas entre janeiro e março de 2009. É bem verdade que o resultado de janeiro deste ano ainda entra na conta de Jorge Wilson. No entanto, as perspectivas para os próximos meses não são nada animadoras. A performance do primeiro trimestre foi uma catarata de água fria. Projeções do banco apontam para um prejuízo próximo ao do ano passado, em torno dos R$ 85 milhões. A sucessão de perdas ganha ainda mais dimensão pelo momento decisivo por que passa a Cobra Tecnologia. O alto-comando do Banco do Brasil retomou os planos de venda de uma parte do capital da empresa. Há conversas com grupos internacionais da área de automação bancária. Um deles é a norte-americana Diebold. Outra possibilidade é uma solução “caseira”, envolvendo a Caixa Econômica Federal. Há cerca de quatro meses, o BB e a CEF assinaram um memorando de entendimentos para uma parceria na área de TI, um eufemismo para uma associação no capital da Cobra. Esta hipótese ganhou força com o recente movimento feito pelos dois bancos, que integraram seus serviços de atendimento nos caixas eletrônicos.
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