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Acervo RR
O vagão do BNDES partiu rumo a estação TTrans. O banco enxerga a empresa como uma plataforma em potencial para a criação de uma grande fabricante de equipamentos ferroviários de controle nacional, com fôlego não apenas para atender a crescente demanda interna do setor, mas para disputar contratos internacionais. O ponto de partida é a mudança do controle societário em curso na empresa. A saga ferroviária dos irmãos Augusto e Roberto Mendonça, donos do Grupo Pem Setal, chegou definitivamente a última parada. A dupla deixou o capital da TTrans. Em uma negociação que se arrastava há mais de dois anos, a Pem Setal acertou a transferência do controle para o empresário Massimo Giavina, ex-presidente da Alstom no Brasil e principal executivo da TTrans. A negociação foi acompanhada com lupa pelo BNDES. Ela abre caminho para uma aproximação com a TTrans. Antigas dívidas da Pem Setal com a agência de fomento sempre foram um empecilho para o apoio do BNDES a empresa. Agora, não há mais barreiras para o financiamento puro e simples ou a entrada do banco no capital da fabricante de equipamentos ferroviários. Independentemente do modelo adotado, a chegada do BNDES seria mais do que oportuna para a TTrans. A missão de Massimo Giavina é tirar a empresa do estado de inanição em que ela mergulhou nos últimos anos. A companhia, que já foi a maior fabricante de equipamentos ferroviários do país, saiu dos trilhos devido a falta de investimentos da Pem Setal. Os primeiros passos da reestruturação já estão traçados. A fábrica de Três Rios será ampliada e modernizada. A empresa está acertando um acordo com a espanhola Isolux para a produção de sistemas fixos usados nos carros de trem e metrô. Paralelamente, a TTrans costura parcerias com a chinesa M.O.R e a italiana Oclap S.R.L, sediada em Turim. No caso dos chineses, o acordo prevê a entrada conjunta na licitação do trem-bala Rio-São Paulo. Com a Oclap, a TTrans vai comprar um bilhete para o mercado internacional. A dupla está formando uma joint venture na Itália para a fabricação de portas de plataforma. A nova empresa já tem dois negócios na mira: entrará nas concorrências para a implantação do Metrô da Cidade do Panamá e para a instalação do Monotrilho de Manaus. Há negociações para que a joint venture forneça também equipamentos para a Demetrô, de Belo Horizonte, e para o Metrô de Recife.
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