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Destaque
O RR disse hoje que a “tunga” dos diretores do Itaú nem sequer tinha arranhado a “credibilidade” da instituição. Mas, quando se trata da banca, qualquer possibilidade de manchinha na tintura faz o vento mudar de lado ao menor instante. A manutenção do assunto no noticiário tende a tornar um risco imperceptível de imagem em uma marca visível de gestão desastrada. Aliás, visível por um prazo bastante incômodo. O RR apurou que tanto os ex-diretores financeiro e de marketing, Alexsandro Broedel e Eduardo Tracanella, quanto o contador Eliseu Martins, que também saiu chamuscado do episódio, vão entrar com ações por perdas e danos contra o Itaú em função de conclusões equivocadas sobre as “constatações” de más práticas. Todos seriam inocentes, e o Itaú teria sido precipitado, para não dizer inconsequente. No caso, a indenização financeira é o que menos importa aos executivos. A questão é a exigência de que o banco faça um pedido de escusas, enviado e divulgado em todos os órgãos que receberam ou publicaram posicionamentos oficiais do Itaú. Mesmo que os acusados venham a ser considerados culpados no futuro, o processo por perdas e danos manterá o Itaú nas mídias por tempo indeterminado como eventual autor de um erro. Existe ainda a possibilidade de o Santander ingressar no circuito, já que Broedel assumiu um cargo na diretoria do banco na Espanha. Uma manifestação do Santander em favor do seu funcionário, a essa altura correndo o risco de ser tachado de “corrupto” pela mídia espanhola, é tudo o que o Itaú não quer, ou seja, um uma contenda corporativa pública.
Até agora, todas as partes perderam. Mas o Itaú, que agiu com precisão para se antecipar a uma situação vergonhosa e parecia ser resistente a qualquer estria, corre o risco de ver sua carroceria arranhada por um risco de ordem moral. É a tal história de que uma faísca é apenas uma pequena luz sem consequência até sofrer o sopro de uma brisa imperceptível. O resultado pode vir a ser um fogaréu na floresta.
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