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Acervo RR
A associação com a Açúcar Guarani foi apenas a primeira colheita. A Petrobras Biocombustíveis tem como meta concentrar 30% de toda a produção sucroalcooleira do país em até três anos, com a montagem de um colar de participações no setor. Após o acordo com a francesa Tereos, dona da Guarani, um dos alvos na mira é a São Martinho. O caminho mais curto até a empresa passa pelo outro lado da Avenida Chile. A operação envolveria um acordo cruzado com o BNDES, acionista da São Martinho. O banco tem uma fatia pequena no capital, inferior a 5%, mas é um dos maiores credores da usina. Tem cerca de R$ 500 milhões em créditos contra a São Martinho, praticamente metade do endividamento líquido do grupo. A conversão da dívida em participação societária e sua posterior negociação dariam a Petrobras uma fatia razoável no capital da usina. A expansão da Petrobras Biocombustíveis atende a intenção do governo de colocar rédeas curtas no processo de internacionalização do mercado. Este movimento conta com o apoio das próprias usinas. Recentemente, empresários como Rubens Ometto, da Cosan, e Luiz Guilherme Zancaner, da Unialco, manifestaram ao presidente Lula sua preocupação com o avanço do capital estrangeiro no setor – ver RR – Negócios & Finanças edição nº 3.855. Paralelamente a compra de participações em usinas, a Petrobras Biocombustível está envolvida em outra importante empreitada no setor: a montagem de uma empresa de logística voltada ao transporte e exportação do combustível. A subsidiária deverá assumir dois projetos para a construção de pipelines nas mãos da Petrobras. Os dutos vão ligar o Centro-Oeste e o interior de São Paulo a terminais portuários no estado – o traçado ainda é objeto de estudos. Cada um dos alcooldutos está orçado em US$ 1 bilhão. Grupos serão chamados a participar desta empresa de logística, incluindo usinas controladas por investidores estrangeiros. Empresas como Copersucar e Louis Dreyfus já sinalizaram a disposição de participar do projeto.
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