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Há uma equação não linear cujos vetores são o BTG Pactual e seu caminhão de títulos podres, os sauditas, projetos de energia renovável e as concessões de infraestrutura. Grande parte dos títulos em questão foi comprada na xepa do Proer (Programa de Reestruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro), que evitou, nos anos 90, uma crise sistêmica do setor.
O BTG é o dono dessa montanha de precatórios e arquiteto das variáveis da equação. Dependendo das combinações aritméticas, as respostas de X valem para Y. Mas há uma incógnita que pode fazer toda a diferença: a aprovação do pagamento de parte das dívidas dos entes subnacionais com patrimônio público.
Trata-se de um pequeno item no projeto de refinanciamento dos passivos estaduais, em discussão nas áreas do Congresso e do Executivo. Um pequeno grande item nessa complexa construção matemática. Há coeficientes algébricos adicionais na fórmula: o BTG planejaria ser o grande banco atacadista dos investimentos públicos. É ele quem está ciceroneando os sauditas nas visitas a grandes sites em condições de suportar empreendimentos de maior porte, nas áreas de infraestrutura e energia verde, buscando quem dá mais incentivos fiscais.
Essa parte do enredo o Brazil Journal já divulgou com riqueza de detalhes.
O que não foi dito é o que pode entrar nessa fórmula: a construção de estaleiros. Há estimativas de que até 2030 serão encomendados 80 navios. Adivinhe quem é a contratante. Sim, é ela mesmo, a boa e velha Petrobras. No passado, muito antes dos bancos atacadistas assumirem a enorme sofisticação atual, o banqueiro Júlio Bozano comprou um oceano de precatórios da Siderbras e da Sunamam, que foram parar na privatização da Usiminas e na aquisição da Embraer. Mais recentemente, Paulo Guedes tentou transformar os precatórios em lides de privatização. Tentou, tentou, mas foi mais fácil fazer uma moratória. O governo Lula pede a benção de Alá e de Esteves. Os sauditas, por sua vez, não poderiam estar mais bem acompanhados.
O BTG sabe de tudo nessa área. E não é preciso dizer sobre o enorme trânsito que Esteves tem no stablishment. Agora também junto a sheiks e príncipes árabes.
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