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Bastaram nove meses no setor para Marcelo Claure, vice-presidente global e CEO da chinesa Shein no Brasil, se tornar um dos mais influentes interlocutores entre o varejo e o governo. Segundo o RR apurou, Claure tem mantido canal direto com o ministro Fernando Haddad, notadamente para tratar de questões relacionadas à tributação das empresas de e-commerce – em especial as visadas plataformas chinesas. O executivo teve um papel importante nas tratativas em torno da criação do Remessa Conforme, o programa especial de taxação das importações feitas por marketplaces. Sete dias após Haddad dizer “Eu não conheço a Shein, só a Amazon porque compro um livro por dia”, o VP do grupo chinês estava em Brasília, reunido com o ministro da Fazenda. Claure saiu do encontro com o aceno de que as remessas com valor de até US$ 50 não seriam taxadas; Haddad, com a promessa da companhia de e-commerce de investir R$ 750 milhões no Brasil.
O prestígio de Marcelo Claure pode ser medido pela sua exposição associada ao ministro Fernando Haddad e à elaboração do Remessa Conforme. Segundo levantamento realizado a partir de uma base de 212.840 veículos do país, neste ano Claure soma 403 menções vinculadas a Haddad. Está à frente, por exemplo, de Luiza Helena Trajano, que carrega um longo histórico de interlocução com o governo, especialmente em gestões petistas – a dona do Magazine Luiza contabiliza 252 citações junto a Haddad. Claure supera também outro empresário tradicional do setor, Flavio Rocha, da Riachuelo, que, no mesmo período, somou 253 referências relacionadas ao ministro da Fazenda.
As menções à elaboração do Remessa Conforme também ajudam a aumentar a percepção de proeminência de Marcelo Claure. O executivo da Shein soma 259 registros relacionados ao programa especial de tributação. Deixa para trás outros executivos de grandes plataformas de e-commerce, como Fernando Yunes, do Mercado Livre (111 menções), ou Briza Bueno, da também chinesa Aliexppress (100 citações).
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