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Seria bom se fosse criado um Cade para o Cade. A demora do órgão antitruste em aprovar a venda do HSBC Brasil para o Bradesco é um revés não apenas para o grupo de origem inglesa e seus acionistas, mas também para outros protagonistas deste enredo. Trata-se de uma derrota compartilhada pelos clientes do HSBC, pela cidade de Curitiba, centro de decisões do banco e sua sede histórica desde os idos do Bamerindus, e, sobretudo, pelos próprios funcionários. O clima no banco é de crescente apreensão. A morosidade do Cade atinge diretamente os quase 20 mil profissionais do grupo no país, que hoje se encontram numa espécie de limbo trabalhista. Segundo o RR apurou, os funcionários do banco paralisarão suas atividades nos próximos dias. O protesto deverá ser estender a diversas capitais do país, portanto com abrangência superior à da manifestação do dia 29 de fevereiro. Na ocasião, os bancários do HSBC fizeram uma greve de 24 horas em agências de Curitiba cobrando uma definição quanto ao pagamento da participação nos resultados referentes a 2015. Pior do que a interrogação sobre o pagamento ou não do benefício é a desorientação dos funcionários quanto a quem cobrar: de um lado um acionista que já dá o banco como vendido; do outro, um comprador, que é impedido de assumir o controle e, portanto, do ponto de vista legal, nada tem a ver com o impasse. Neste roteiro non sense, o mais paradoxal é que a ausência de veredito do Cade já traz embutido um juízo de valor. O simples impasse significa a manutenção de um status quo. No limite, qualquer compra feita por Bradesco, Santander e Itaú leva ao aumento de concentração de mercado. Ao pé da letra, o sucesso no próprio greenfield também resultaria em concentração. O ideal para o Cade, então, seria que os cinco maiores do ranking (90% do setor bancário nacional) ficassem onde estão ou, melhor ainda, perdessem market share para as instituições menores. Ao que consta, entre as missões do Cade não figura ser o retratista de um mercado estático, nem congelador do ranking bancário.
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