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O ex-presidente da Transpetro, Mauro Campos, deverá pagar com juros e correção monetária o prejuízo que muitos na Petrobras insistem em debitar na sua conta. As perdas em questão se referem a participação de 12% na Oleoducto de Crudos Pesados (OCP), adquirida no fim dos anos 90 – quando o executivo, pela força do cargo, tinha grande influência em decisões relacionadas ao transporte por dutos tanto no país quanto no exterior. Mais de uma década depois, existe uma crescente oposição ao ex-comandante da Transpetro e agora empresário do setor naval. O estaleiro Rio Nave, controlado por Campos, depende visceralmente da Petrobras: tem em carteira 12 encomendas da estatal. Portanto, o que Campos menos desejaria neste momento é qualquer ruído no relacionamento com a Petrobras. Vai ser difícil. Quem está a frente do caso OCP é o diretor corporativo e de serviços da estatal, José Eduardo Dutra. Mauro Campos sabe melhor do que ninguém o tamanho do problema que isso representa. No curto período de sete meses em que conviveram na estatal – Dutra chegando a presidência da holding e Campos de saída da Transpetro -, ambos tiveram sérias divergências. Na ocasião, o hoje diretor da companhia fez pesadas críticas ao investimento na OCP e tentou, inclusive, se desfazer do negócio. O recrudescimento do caso surge exatamente no momento em que Mauro Campos, por meio de um fundo de investimentos, amealhou cerca de R$ 500 milhões para financiar a construção de navios encomendados pela estatal. Coincidência ou não, a Petrobras teria postergado a decisão de retomar a montagem de cinco embarcações contratadas junto a Rio Nave – o pedido foi suspenso em maio deste ano (ver RR edição nº 4.614). A diretoria da estatal discute a possibilidade de lançar ainda no balanço deste ano as perdas contábeis referentes ao investimento na OCP. Segundo informações filtradas junto a companhia, uma auditoria interna concluída recentemente aponta um prejuízo da ordem de US$ 300 milhões. Procurado pelo RR, Mauro Campos afirmou que jamais participou da elaboração do modelo de negócios e da criação da OCP “na qualidade de presidente da Transpetro ou como empresário” após sua saída da companhia. O empresário disse ainda que, durante sua gestão, a estatal tinha como missão operar o sistema dutoviário apenas no território nacional.
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