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Governo afrouxa o torniquete das geradoras de energia

  • 10/02/2015
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Enfim, um facho de luz em meio ao breu que cerca as empresas de energia. O ministro Eduardo Braga já sinalizou a disposição do governo de atender a um antigo pleito do setor: o afrouxamento das regras para o funcionamento das turbinas das grandes hidrelétricas. A medida é vista pelo governo como fundamental para reduzir os custos de construção e operação das usinas da Amazônia e aliviar o caixa destas empresas. O “X” da questão é a chamada disponibilidade obrigatória, índice fixado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Trata-se do tempo em que, a cada mês, as turbinas devem estar prontas para serem usadas e despachar energia por ordem do ONS. As usinas de Jirau e Santo Antônio, por exemplo, ambas ainda em fase de construção, devem estar a  disposição do operador nacional em 99,5% do tempo. No caso de Belo Monte, que ainda não tem nenhuma turbina em funcionamento, o grilhão é ainda mais apertado: 100% na casa de força principal – na complementar, o índice foi fixado em 94,46%. O Ministério de Minas e Energia estuda duas opções para atender a  reivindicação das geradoras. Um dos caminhos é a redução pura e simples do percentual de disponibilidade obrigatória. Outra hipótese é diferir a meta ao longo do tempo, de modo que a exigência de despacho só atinja os 100% quando a última turbina entrar em operação. A meta foi criada com o objetivo de estabelecer um padrão de funcionamento e mitigar o risco de falhas e garantir o despacho imediato de energia para o ONS sempre que necessário. O propósito, como se vê, é o melhor possível. No entanto, o cálculo da disponibilidade obrigatória de cada usina é feito a partir do funcionamento da primeira turbina, mesmo que leve anos para que todas as demais sejam instaladas. Como essas hidrelétricas trabalham a fio da água, com reservatórios pequenos, a meta estabelecida somente é conseguida com a operação de todas as turbinas. Jirau, por exemplo, terá 50 turbinas, mas apenas 13 estão instaladas. Santo Antônio, por sua vez, dispõe de apenas 32 das 50 turbinas em operação. Estima-se que, por conta das regras em vigor, as duas hidrelétricas terão perdas de R$ 3,5 bilhões até que estejam em plena atividade. A cifra se refere aos valores que ambas as usinas provavelmente terão de pagar como punição pelo tempo em que a energia não estará a  disposição do ONS.

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