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Marina Silva passou o dia de ontem a espera de um contato de Lula, segundo fonte da campanha. A expectativa de uma conversa com o ex-presidente teria contribuído para sua decisão de postergar qualquer anúncio referente ao segundo turno tanto quanto o aguardo da resposta do PSDB a s reivindicações programáticas que fez. Após a visita a FHC, na véspera, quando recebeu todos os afagos possíveis, Marina surpreendeu os tucanos com o mutismo e o adiamento da decisão. De acordo com a mesma fonte, que lê as entrelinhas da ex-candidata, Lula é o elo perdido entre Marina e sua própria história. Marina está profundamente magoada com a forma agressiva como a campanha de Dilma Rousseff foi conduzida. A verdade é que ela nunca esteve preparada para uma disputa eleitoral com esse grau de polarização. Agora, só Lula seria capaz de confrontá-la com sua própria trajetória. A ex-candidata aguarda um telefonema. O enigma Lula paira sobre toda a campanha. Para os que conhecem Marina, a decisão do PSB de apoiar Aécio Neves nem sequer arranha sua alma. O partido foi uma circunstância de viagem, mas esse companheirismo eleitoral passa ao largo da sua militância histórica. Marina sente dores na alma com a ideia de associação com a direita. O estranho, insistimos, é cadê o Lula? A reaproximação de Marina Silva com o PT não seria simples. Hoje, a interlocução entre ela e o PT praticamente inexiste. Além disso, segundo pessoas próximas a ex-candidata, Mari- na entende que Lula poderia ter interferido junto aos marqueteiros de Dilma para reduzir a violência da campanha. Pouco provável que Marina esteja apenas barganhando seus 22 milhões de votos ao adiar sua decisão. Porém, uma exigência tácita se sobrepõe a qualquer avanço nas negociações. Aécio teria de enfatizar publicamente a sua disposição de abrir mão da reeleição. Nessa balança de rastos e restos, sempre existirão trocas oportunas em relação a ministérios e cargos em estatais. Ou seja: os trocados de sempre. O compromisso do fim da reeleição é uma moeda de troca muito cara – e Aécio sempre poderá jogar a culpa por uma eventual quebra de contrato nas costas do Congresso. A manifestação mais firme do PSDB em relação a uma reforma agrária é um pedágio igualmente dispendioso. No fim das contas, se procederem os vazamentos de campanha, Marina correria o risco de leiloar uma impecável trajetória de coerência e passar por vendilhona junto aos mercadores do templo eleitoral. Será que Marina corre mesmo esse risco? Talvez tudo fosse mais simples em relação ao reencontro entre Marina Silva e PT se não houvesse o fator Dilma. Não se trata somente da estranha omissão de Lula. A presença mais atuante do ex-presidente nesse momento de turning point somente viria a mitigar o problema pessoal entre a ex-candidata e a atual presidente da República. A animosidade começou lá atrás, quando ambas eram ministras, e se acirrou no decorrer da campanha. Telefona, Lula, telefona!
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