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Acervo RR
A Hering está bordando seu maior plano de expansão no varejo internacional. A empresa catarinense pretende abrir, ao longo dos próximos dois anos, cerca de 30 lojas na América do Sul, triplicando sua rede na região. Hoje, são 15 pontos de venda, localizados no Paraguai, Uruguai, Bolívia, Colômbia e Venezuela ? há ainda uma loja nas Antilhas Holandesas. O objetivo da Hering é ambicioso: a empresa quer se consolidar como a primeira grande multinacional brasileira do setor de vestuário, usando o mercado latino como trampolim para os Estados Unidos e a Europa. Com a expansão, o número de lojas no exterior chegará a aproximadamente 10% de toda a operação do grupo no varejo, maior índice desde que a família Hering se aventurou no setor. O investimento, da ordem de R$ 70 milhões, será bancado com recursos próprios e com financiamento do BNDES. O maior número de inaugurações deverá ocorrer na Colômbia, principal aposta da Hering na região. O projeto prevê também o retorno a Argentina e ao Chile ? a empresa já teve lojas nos dois países, que foram fechadas por conta da baixa rentabilidade. Desta vez, os planos da Hering preveem um figurino diferente. A companhia estuda, inclusive, a construção de uma fábrica no Chile. O processo de internacionalização é visto na Hering como uma espécie de anticorpo contra a concorrência. A aposta no exterior é uma forma enviesada de o grupo catarinense compensar a competição cada vez mais acirrada no próprio mercado doméstico. Além das grandes cadeias de varejo, como a Renner, grifes esportivas multinacionais têm ampliado seus investimentos em varejo no Brasil, caso, por exemplo, de Adidas e Nike. Os estilos são relativamente diferentes, mas, na ponta final, estas empresas vão brigar pelo mesmo tipo de consumidor. Além de questões estratégicas, a Hering tem outro motivo para aumentar seus investimentos no exterior. A entrada de investidores institucionais no capital da empresa ? a frente o Tarpon e o HSBC Global Investments Fund ? trouxe a reboque uma natural cobrança por resultados financeiros mais expressivos.
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