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Após várias tentativas frustradas de vender suas usinas de açúcar e álcool no Brasil, a Abengoa bateu a porta do BNDES. Os espanhóis buscam o apoio do banco para revigorar sua deficitária operação sucroalcooleira. Um dos caminhos aventados é a conversão de créditos do BNDES em participação acionária na Abengoa Bioenergia – a agência de fomento fez empréstimos a companhia para financiar a construção de uma usina de bioetanol e biobutanol a partir de palha e bagaço de cana de açúcar. A operação seria acompanhada de um aumento de capital da companhia. Se dependesse exclusivamente da sua vontade, é provável que os espanhóis já nem estivessem mais no negócio. Nos últimos dois anos, a Abengoa Bioenergia fez várias gestões para a venda de suas três usinas localizadas nas cidades de Pirassununga, São João da Boa Vista e Santo Antônio da Posse, todas em São Paulo. Em 2007, quando comprou as duas primeiras plantas junto a Dedini, o grupo espanhol pagou o equivalente a quase US$ 150 por tonelada de capacidade instalada. Nos últimos meses, chegou a oferecer as usinas a um terço deste valor. E, ainda assim, não encontrou comprador para os ativos, cuja maior especialidade, ao que parece, é moer dinheiro. Na safra passada, a Abengoa Bioenergia teve prejuízos superiores a R$ 150 milhões. No balanço anterior, já havia registrado perdas de R$ 72 milhões. Só no último ano, a dívida de longo prazo da sucroalcooleira cresceu 40%, chegando perto dos R$ 600 milhões.
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