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Andritz Hydro e Inepar balançam sobre um cabo de alta tensão

  • 27/03/2014
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A joint venture entre a Inepar e a Andritz Hydro, uma das maiores fabricantes de turbinas e geradoras do mundo, entrou em curto circuito. Insatisfeita com os rumos do negócio, a multinacional de origem suíça estaria disposta a romper a sociedade e seguir um voo solo no Brasil. A discórdia é alimentada, sobretudo, pelo impasse que cerca o plano de expansão da Andritz Hydro Inepar, o teto onde se abrigam os dois sócios e atuais contendores. Os suíços pregam uma política mais agressiva de investimentos, o que, traduzido em cifras, significaria um desembolso de até R$ 1 bilhão nos próximos três anos. O valor inclui o principal projeto da Andritz Hydro no Brasil: a construção da segunda fábrica na cidade de Araraquara (SP), sede da joint venture. Os planos, no entanto, esbarram nas limitações financeiras do grupo paranaense. Falta a  Inepar musculatura para acompanhar o ritmo dos suíços. São cada vez menores as chances de que as duas empresas saiam desta encruzilhada de mãos dadas. A Inepar passou a ser vista pelos suíços não como um parceiro, mas, sim, como uma camisa de força, um obstáculo aos seus planos de expansão. A Andritz Hydro tem pressa em aumentar sua produção no Brasil, onde chegou em 2008 com a aquisição da parte da GE na joint venture com o grupo paranaense. De lá para cá, muita coisa mudou. Além da necessidade de reduzir a distância para os principais players do setor, leia-se Alstom e Siemens, a Andritz enfrenta hoje o risco China. Fabricantes de turbinas e geradores de origem asiática têm desembarcado no país com uma política de preços arrasa-quarteirão. Some-se a isso um cenário extremamente competitivo, em razão da disputa pelo fornecimento a s novas hidrelétricas do Amazonas. Entende-se, portanto, a impaciência da Andritz Hydro e a pressão sobre o grupo paranaense. Ao colocar sobre uma mesa um plano de investimentos aparentemente incompatível com o fôlego financeiro dos sócios, os suíços teriam agido com a deliberada intenção de forçar o grupo paranaense a vender sua parte no negócio. O rompimento do acordo seria um duro golpe para Atilano Oms Sobrinho e seus planos de soerguimento da Inepar. O fim da joint venture representaria mais um capítulo no processo de encolhimento do grupo. A associação com os suíços responde por quase um terço do faturamento total da Inepar, em torno de R$ 2 bilhões ao ano.

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