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Empresa
Minerva Foods entra na mira da autoridade antitruste no Paraguai
2/01/2025O Mercosul parece estar de complô contra a Minerva Foods. Se, no Uruguai, a Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência suspendeu a venda à empresa de três unidades de abate do Marfrig, no Paraguai o órgão antitruste local também saiu no encalço do frigorífico brasileiro. A Comissão Nacional de Concorrência apura denúncias de abuso de poder econômico contra a Minerva. A companhia domina cerca de 40% dos abates de carne bovina no país. Os grandes pecuaristas, reunidos em entidades como a Associação Rural do Paraguai (ARP) e a Paraguaia de Produtores e Exportadores de Carne (APPEC), jogam na lenha na fogueira. Têm municiado a Comissão com supostas provas de que a empresa estaria impondo condições draconianas para a compra de gado. Por ora, o órgão antitruste faz um levantamento preliminar de dados. Segundo informações filtradas pelo RR, a Minerva já foi comunicada que até o fim de janeiro a Comissão vai decidir se abre ou não um processo formal de investigação. Consultada especificamente sobre a possível ação da autoridade antitruste do Paraguai, a Minerva não se manifestou.
Destaque
Não há diáspora societária capaz de abalar os planos e resultados do Safra
2/01/2025Que outro banco passaria incólume a uma disputa “fratricida” entre seus acionistas? Que outro banco atravessaria intacto uma segunda disputa “fratricida” entre seus acionistas? Que outro banco permaneceria impávido diante de uma terceira disputa “fraticida” entre seus acionistas? Assim como ocorreu no litígio entre Edmond, o irmão mais velho e mais bem sucedido, e Joseph e Moise, posteriormente entre os dois últimos e, mais recentemente, na rinha entre a segunda geração, com a contenda pública entre Alberto Safra e seus irmãos David e Jacob e a mãe, Vicky, o Safra saiu sem qualquer ranhura do seu próprio “gabinete do ódio”.
Sob o comando de David, o banco empilha resultados positivos e prepara os próximos movimentos. Segundo informações filtradas pelo RR, o Safra está rastreando o mercado em busca de novas aquisições na área de gestão de recursos. Em fevereiro deste ano, o banco comprou a Guide Investimentos, adicionando cerca de R$ 20 bilhões a sua carteira. Existem ativos interessantes na vitrine.
Um exemplo? Desde meados do ano, corre a informação de que a HSI Investimentos busca um comprador. A gestora tem cerca de R$ 13 bilhões em seu portfólio, a maior parte no setor de real estate.
O Safra entra em 2025 também com o desafio de tocar uma espécie nova em seu ecossistema de negócios: a Safra Sociedade de Crédito Direto (SCD), sua recém-criada fintech – a autorização do Banco Central saiu no último mês de outubro. O cardápio de serviços inclui crédito, cartão de crédito e contas de pagamento pré-pagas. O próximo alvo no radar seria a oferta de soluções de pagamento.
Para uma instituição vetusta e empertigada como o Safra – o “banco dos banqueiros” -, esse é um terreno que pede passos cautelosos. Até porque David Safra já carrega uma experiência malsucedida: o AgZero. O banco digital do Safra foi criado em 2020 no embalo da crescente digitalização dos serviços financeiros.
Três anos depois, sem grandes resultados, acabou extinto, sendo substituído pelo Safra One, uma conta corrente digital do próprio Safra. Uma rara poeira de insucesso na afortunada trajetória bancária do clã.
O Safra está empenhado também em ampliar sua carteira de negócios vinculados a metas de sustentabilidade.
Um dos focos é transição energética. Em agosto, o banco lançou o FIP Copérnico, de R$ 250 milhões, para financiar empreendimentos em geração solar. A própria família Safra estaria investindo na aquisição de terras para a instalação de usinas fotovoltaicas. Os projetos dedicados à temática ESG estão debaixo do guarda-chuva do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com o Mercado do Safra. Levy, por sinal, é vice-presidente e responsável pelo Grupo Consultivo Brasil da Glasgow Finance Alliance for Net Zero, uma coalizão global de bancos comprometidos com a transição para o carbono zero.
Os Safra têm uma história de diásporas em seus negócios. Para ficarmos apenas nas gerações mais recentes, Edmond deixou o Banco Safra com os irmãos Joseph e Moise para cuidar do Republic National Bank of New York. Posteriormente, já nos anos 2000, foi a vez de Joseph, o “Seu José”, e Moise, se separarem, não sem antes uma disputa consanguínea. “Seu José” chegou a abrir outro banco, o J. Safra, para rivalizar e sorver parte da clientela do Safra.
Em nenhum desses momentos, no entanto, houve tanto fel de parte a parte quanto no embate entre os herdeiros de Joseph. Alberto acusou os irmãos e a própria mãe de terem agido deliberadamente para reduzir sua participação nos negócios da família. O armistício veio no último mês de agosto, quando Alberto vendeu sua participação no Banco Safra e na J. Safra Holding para David e Jacob – no fim de 2024 surgiu a notícia de que Esther Safra, igualmente filha de Joseph e Vicky, também está transferindo suas ações na holding para os dois irmãos.
Mesmo no auge da disputa societária entre os herdeiros de Joseph, o Safra jamais teve um abalo em sua performance. Entre 2022 e 2023, quando os filhos e a viúva de “seu José” se enfrentavam nos tribunais, o lucro do banco saltou R$ 2,2 bilhões para R$ 3,3 bilhões, um aumento de 50%. Nos nove primeiros meses de 2024, o ganho registrado chegou a R$ 2,26 bilhões, praticamente o mesmo verificado em igual período em 2023 (R$ 2,75 bilhões). É assim desde que o clã criou sua primeira instituição financeira, em 1840, em Alepo, na Síria. O “banco dos banqueiros” nunca chegou aos primeiros lugares do ranking, mas permanece onde sempre esteve: em uma boa colocação, logo após os líderes da tabela.
Empresa
Sequoia e acionista fundador se distanciam aos poucos na estrada
2/01/2025No mercado, a já anunciada migração de Armando Marchesan Neto do cargo de CEO da Sequoia para o Conselho de Administração é vista como um rito de passagem. O passo seguinte seria a saída em definitivo do empresário, fundador da companhia. Marchesan teve sua fatia no capital diluída para apenas 2,1% após a Jive Investimentos converter debêntures em participação acionária. Hoje, a gestora de recursos é a principal acionista individual e dá as cartas na gestão. Sob a regência de Marchesan, a Sequoia tornou-se uma das maiores empresas de logística do país. Foram vários M&As em sequência – o mais recente, a fusão com a Move3, que deu origem a um grupo com mais de R$ 2,5 bilhões. Em contrapartida, a agressiva estratégia de expansão fez o endividamento da Sequoia disparar e levou a companhia a uma recuperação extrajudicial.
Indústria
Carro elétrico? Só dá China no mercado brasileiro
2/01/2025Número que circula, intramuros, entre executivos da BYD: a participação das montadoras chinesas nas importações brasileiras de veículos elétricos fechou 2004 acima dos 90%. Há dois anos, esse índice não passava dos 25%. Basicamente esse latifúndio é dividido pela própria BYD e pela Great Wall Motors (GWM). Não por coincidência são as duas empresas que estão instalando fábricas de carros eletrificados no país. Os primeiros modelos made in Brazil devem começar a ser comercializados até março. À boca miúda, os rivais alegam que essa hegemonia se deve a uma estratégia comercial agressiva, com preços no limite do dumping, potencializados pelos benefícios para a importação de automóveis eletrificados – incentivos estes que serão gradativamente retirados até 2026.
Política
Governo Lula busca um teto eleitoral em territórios da oposição
2/01/2025Feliz 2025! Bem-vindo a 2026. O Ministério das Cidades trabalha para entregar um pacotão de imóveis do Minha Casa, Minha Vida no primeiro trimestre. São Paulo e Goiás devem aparecer logo na primeira leva de inaugurações. Provavelmente não há nada de coincidência no fato de serem os estados dos presidenciáveis Tarcísio Freitas e Ronaldo Caiado. Por sinal, se entrega de projetos é um termômetro da disputa eleitoral, Caiado está bem cotado como adversário no Palácio do Planalto. Uma semana antes do Natal, o próprio ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, esteve em Goiânia para a entrega de 46 ônibus para a frota da cidade.