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Acertou Alexandre Tombini por ter dado, em 2015, a maior puxada da Selic, para 14,25% – por pouco não foi a 14,75% –, a viga mais pesada na edificação da atual ancoragem das expectativas inflacionárias.
Errou Alexandre Tombini por não ter baixado a taxa mais cedo, soltando em 2015 um pouco a carretilha da economia e evitando a brutal recessão do ano passado.
Errou Ilan Goldfajn porque manteve as taxas siderais mais tempo do que o necessário com o intuito de precipitar o recuo da inflação para a meta de 4,5% ainda em 2017, pagando o preço de praxe do desemprego, recessão, elevação da dívida bruta, entre outros fundamentos deteriorados.
Acertou Ilan Goldfajn, porque o seu BC focou intramuros uma meta de 4%, inferior à anunciada, de 4,5%, o que justificaria a política monetária ortodoxa de terra arrasada, que levou à maior recessão já assistida pelos brasileiros com mais de 90 anos, mas ancorou firmemente as expectativas inflacionárias.
Erraram Alexandre Tombini e Ilan Goldfajn, porque ignoraram o estado de dominância fiscal em que os juros muito altos são deletérios, produzindo as piores sinalizações para o fiscal e gerando uma resistência inercial à queda da inflação por conta da indexação que ainda grassa na economia.
Acertaram os dois economistas, pois com esse Fort Knox de reservas cambiais – US$ 376 bilhões – o Brasil não está em dominância fiscal nenhuma, e a política adequada era essa mesmo, ou seja, enquanto o fiscal não estivesse assegurado, o jeito era mandar a ripa nos juros, restringindo a atividade produtiva, salgando os salários e sangrando o emprego.
Erraram muito os dois, pois a meta poderia ser estendida, os juros, rebaixados e o target passaria ser a dívida bruta, uma política que pouparia o sacrifício de milhões de empregos.
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