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Destaque
Corre no varejo farmacêutico a informação de que a Drogaria Pacheco São Paulo (Grupo DPSP) e a Pague Menos vêm mantendo conversações para uma possível combinação de ativos. A operação seria movida, sobretudo, pela notória complementariedade entre as duas redes. O DPSP concentra a maior parte de suas drogarias no Sudeste; por sua vez, a cearense Pague Menos, controlada pelo empresário Deusmar de Queirós, reina no Norte e no Nordeste – está presente em todos os estados das duas regiões. No caso do Nordeste, seu market share é de aproximadamente 23%, ou seja, mais do que o dobro da participação (9,5%) da Raia Drogasil, líder do varejo farmacêutico em todo o país. O poderio da Pague Menos no Norte e Nordeste, que já era grande, aumentou com a aquisição da Extrafarma junto ao Grupo Ultra. Consultada pelo RR, o DPSP disse que “não comenta rumores de mercado”. A Pague Menos, por sua vez, não se pronunciou.
Não é de hoje que os acionistas do DPSP têm buscado uma operação de M&A, trabalhando com os mais variados cenários possíveis – de fusão até mesmo a negociação de 100% do capital. Há cerca de dois anos, houve tratativas com o grupo mexicano Femsa para a venda do controle da companha. Mais recentemente, o DPSP teria conversado com a Raia Drogasil para uma associação entre as duas empresas. Independentemente do modelo, a dificuldade de avanço em qualquer negociação se deve a divergências internas. O grupo é um caldeirão societário, com mais de 20 integrantes no bloco de controle – entre os antigos acionistas da Drogaria São Paulo e os herdeiros da Pacheco.
Em meio a movimentações tão díspares e complexas, há apenas uma certeza: qualquer operação envolvendo o DPSP terá um forte impacto sobre o varejo farmacêutico no Brasil. A eventual fusão com a Pague Menos criaria a maior rede de drogarias do país, desbancando a Raia Drogasil (RD) da liderança do setor. Juntas, a duas companhias passariam a ter aproximadamente 17% de market share, contra 14% da RD. DPSP e Pague Menos somariam ainda 2,4 mil lojas e um faturamento anual superior a R$ 20 bilhões.
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