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Dívida elevada e acusação de cartel pressionam Raízen a deixar o Paraguai

  • 25/07/2025
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Todos os caminhos apontam para a saída da Raízen do Paraguai. Como se não bastasse a pressão para vender ativos e reduzir seu endividamento, a joint venture entre Cosan e Shell enfrenta um embate com autoridades antitruste paraguaias. A Comisión Nacional de la Competencia (Conacom), equivalente ao Cade, abriu investigação contra a empresa e outras distribuidoras locais para apurar um suposto esquema de aumentos combinados dos preços dos combustíveis. As autoridades paraguaias levantam suspeições sobre a eventual formação de cartel. As sanções previstas podem chegar ao equivalente a US$ 200 milhões.

A investigação agrava ainda mais todo um contexto institucional que deve precipitar a decisão da Shell e da Cosan e deixar o mercado paraguaio – no setor, há informações de que a intenção é sacramentar o desembarque ainda neste ano. A investida do órgão antitruste acirra uma relação já turbulenta com o governo do presidente Santiago Peña. Nos bastidores, fontes ligadas à Raízen acusam a gestão Peña de criar deliberadamente um cenário para fragilizar as grandes distribuidoras de combustíveis e consequentemente fortalecer a posição da estatal Petropar. Procurada pelo RR, a empresa não quis se manifestar.

A Raízen é a maior distribuidora de combustíveis do Paraguai, com uma rede superior a 300 postos. No fim do ano passado, ressalte-se, o grupo já fez um movimento de recuo no país vizinho, ao reduzir sua participação na Raízen Paraguay de 50% para 27%. Com isso, a família Ortega Echeverría, fundadora da distribuidora de combustíveis Barcos Y Rodados, comprada pela Raízen em 2021, voltou a ter uma participação majoritária no negócio.

O próprio clã seria o principal candidato a ficar com o restante da fatia acionária ainda pertencente à dobradinha Cosan e Shell. Nos bastidores, há informações de que a dupla tem recebido sondagens também de fundos de investimento.

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