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Camargo Corrêa desfruta com júbilo do elogio da traição

  • 31/03/2016
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 O presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, Victor Hallack, se considera o grande vencedor entre todos os dirigentes da construção pesada envolvidos na Lava Jato. Segundo fonte do RR, em petit comité Hallack não só descarta os planos de venda da empreiteira do grupo, que, chegaram a ser publicamente cogitados, como confidencia que as operações de Sergio Moro deverão resultar em um grande crescimento da companhia no setor. O raciocínio do executivo é o de um fino estrategista. Ele acredita que a delação e o acordo de leniência de primeira hora higienizaram a Camargo Corrêa, distinguindo-a das demais empreiteiras no quesito “reputação”. Palavras textuais de Hallack: “A Camargo Corrêa passou a ter uma posição privilegiada e a sociedade já percebeu isso”.  O segundo round é a aposta de que o governo não deixará a engenharia nacional ser soterrada. Em algum momento – e Hallack está convicto de que ele não deverá tardar –, será necessária uma temporada de consolidação de um setor que se encontra praticamente quebrado. Não é difícil prever que o biotônico financeiro vai favorecer a Camargo Corrêa. A primazia nesse processo é o dote pela traição de seus pares. A deduragem inaugural permitirá que a companhia seja a primeira da fila para receber os pagamentos de obras públicas em conclusão. A Camargo Corrêa também poderá se apresentar em novas licitações.  Hallack fez tudo de caso pensado. Separou as sócias do grupo do imbróglio e instruiu os principais executivos a abrirem o bico, livrando-se, ele próprio, da ameaça de outras delações – afinal, quem fala primeiro se protege das maldades do segundo. Ao mesmo tempo, criou condições para o fortalecimento da companhia, vendendo ativos que não pertenciam ao core business e blefando ao dizer que passaria à frente a construtora. Com todas essas manobras, trouxe para si a prerrogativa de desqualificar as demais empresas do setor, inclusive ressaltando que elas não têm credibilidade para assinar novos contratos no exterior. Na visão da concorrência, Hallack agiu como Joaquim Silvério dos Reis, usando de um expediente traiçoeiro para fechar o mercado a todas as grandes congêneres. A Camargo Corrêa é uma empresa de grande tradição na engenharia nacional. Tem um portfólio de obras que a qualifica e uma gestão reputada entre as melhores do setor. Não precisava se tornar vencedora aproveitandose do expediente da aleivosia para tripudiar sobre as demais. É uma história de sucesso desavergonhado.

#Camargo Corrêa #Lava Jato

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