Futuro da Blau é um circuito de curvas sinuosas

  • 23/07/2013
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O híbrido de empresário e piloto de automobilismo Marcelo Hahn, dono do laboratório Blau, está diante de duas grandes retas, que levam a direções contrárias. De um lado, o desafio de acelerar o crescimento da companhia que ele fundou com pouco mais de 20 anos de idade; do outro, a hipótese de receber sua última bandeirada no setor farmacêutico, colocar uma pequena fortuna no bolso e se dedicar a outros afazeres – no próximo dia 28, Hahn disputará a terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Gran Turismo. No que depender do assédio de grandes grupos do setor, o volante pende para esta segunda opção. EMS e Pfizer vêm cercando o empresário por todos os lados. No caso dos norte-americanos, esta é a segunda investida em pouco mais de um ano. Na primeira, teria colocado sobre a mesa uma oferta em torno dos R$ 600 milhões. Desta vez, no entanto, a Pfizer é obrigada a dividir a curva com o empresário Carlos Sanchez, dono da EMS, personagem conhecido no setor por suas manobras arrojadas. Sanchez estaria de olho no pacote completo, leiase o Blau e os dois laboratórios da empresa no exterior, um na Colômbia e outro no Uruguai. Consultados, o EMS não se pronunciou; o Pfizer não quis comentar e o Blau declarou que não esta a  venda e que está comprando outro laboratório. Não obstante o cerco da concorrência e os milhões em jogo, Marcelo Hahn trafega por um circuito de curvas sinuosas. O que se diz é que nem mesmo os colaboradores mais próximos têm total clareza dos planos do empresário. O que se sabe é que Hahn tem sobre a mesa boas perspectivas para apostar no crescimento do laboratório, pensando até mesmo na valorização do ativo para uma venda mais a  frente em condições muito mais vantajosas. Além dos investimentos na produção de medicamentos biotecnológicos, com peso cada vez maior no faturamento da companhia, e da expansão internacional, Hahn tem uma carta na manga: a verticalização do grupo por meio de uma inflexão para o varejo farmacêutico. Não é nada estranho ao universo da Blau. A empresa já atua neste segmento no México, em parceria com a empresa local Iqsa. Tem, portanto, expertise para enveredar pela distribuição de medicamentos, seja com a montagem de uma rede própria de drogarias, seja com aquisições. A própria Iqsa seria um parceiro natural para a operação.

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