Acionistas da Dasa exigem transfusão de comando

  • 26/04/2013
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Os acionistas da Dasa querem sangue. Mais precisamente o do presidente da companhia, Dickson Tangerino. Um grupo peso-pesado de minoritários está fazendo pressão sobre o empresário Edson Bueno – principal sócio da rede de laboratórios e patrocinador da nomeação de Tangerino – com o intuito de destituir o executivo do cargo. A intentona é capitaneada pela BlackRock, dona de 5,01% da Dasa. Os norteamericanos teriam o apoio de outros investidores, notadamente a Petros e o fundo nova-iorquino Oppenheimer. Trata-se de um pelotão com altíssimo poder de fogo: somadas, as participações do trio ultrapassam os 20% do capital. Procurada pelo RR, a Dasa informou que “não comenta rumores de mercado”. Os insurretos não usam de meias palavras. Além de ser visto como um executivo aquém da importância do cargo e um títere nas mãos de Edson Bueno, Tangerino é considerado o principal responsável pela queda da rentabilidade e, consequentemente, pela depreciação do valor de mercado da companhia. Os números realmente não o ajudam. Desde que ele foi alçado ao comando da Dasa, em junho do ano passado, as ações caíram aproximadamente 20% – no mesmo período, apesar dos pesares, o Ibovespa subiu quase 2%. O descontentamento só cresceu após a quebra de um tabu que já durava mais de quatro anos. Entre setembro e dezembro de 2012, a companhia amargou sua primeira perda trimestral desde 2008: R$ 1,6 milhão. A cifra, ressalte-se, é minúscula e, em condições normais de temperatura e pressão, talvez nem fosse debitada na conta de Tangerino, que sequer havia se acomodado na cadeira. Mas má vontade é má vontade. O episódio dói fundo em Edson Bueno. Além de representar um questionamento ao seu poder na Dasa, a tentativa de deposição de Dickson Tangerino é um ataque pessoal. O executivo é cria de Bueno. Trata-se de uma relação que vai além das fronteiras profissionais. Um exemplo: a marca Dix, plano de saúde de perfil popular criado pelo empresário, é uma referência direta ao nome de Dickson Tangerino, que, aliás, chegou a dirigir a companhia. Coisa de pai para filho.

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