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Acervo RR
O BTG Pactual raptou a Leader Magazine para fazer dela uma camaleoa. Em pouco mais de nove meses, foram tantas as mudanças de coloração societária que o mimetismo da rede varejista praticamente superou todos os acontecimentos em seus 60 anos de história. Agora, pelas mãos do BTG, seu principal acionista, a companhia está prestes a sofrer uma nova metamorfose. O banco de André Esteves planeja uma reestruturação que vai mudar a própria identidade operacional da Leader. A ideia do banco é fazer jus ao sobrenome Magazine, que, no imaginário do consumidor, remete a uma loja de departamentos e não a uma rede especializada em determinado negócio. Depois de mergulhar nos números da Leader, os escafandristas do BTG estão convictos de que há mais petróleo neste pré-sal do que a empresa tem sido capaz de explorar. Além de roupas e artigos do lar – o forte da Leader -, o objetivo do BTG é ampliar o portfólio de eletroeletrônicos e equipamentos de informática, que hoje ocupam um espaço razoavelmente pequeno nas operações da companhia, sobretudo na comparação com outras grandes varejistas. Segundo uma das fontes do RR, a empresa já vem conversando com fabricantes de equipamentos de áudio, vídeo e computação em torno do aumento das encomendas nos próximos meses. O banho de loja vai exigir uma adaptação em boa parte dos pontos de venda da companhia. A maior parcela dos investimentos necessários virá do aumento de capital feito recentemente pelo próprio BTG, que injetou mais de R$ 100 milhões no caixa da rede varejista. Os primeiros sinais de mudança na pigmentação da Leader surgiram em maio do ano passado, quando o BTG comprou 40% das ações. Em setembro, já era impossível olhar para o galho e diferenciar a rede varejista do banco de investimentos. A Leader assumiu de vez as cores mutantes do BTG, depois que André Esteves levou mais 30% então pertencentes a família Gouvêa, fundadora da empresa. E, no que depender do banco, a metamorfose não deve parar por aí. Segundo informações filtradas junto a própria Leader, o fundo inglês Apax Partners fez nova proposta para ficar com parte das ações do BTG na rede varejista. A operação envolve uma fatia em torno de 25% do capital – ou seja, mesmo que o negócio se concretize, o banco de André Esteves permanecerá como o principal sócio, com 45%. A primeira rodada de conversações ocorreu há cerca de quatro meses, mas o BTG rechaçou a oferta apresentada pelos britânicos. De acordo com fontes próximas a rede varejista, desta vez o Apax colocou sobre a mesa cerca de R$ 550 milhões. Procurado pelo RR, o BTG não quis se pronunciar.
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