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NWalter Faria junta os cacos das mais diferentes garrafas

  • 4/02/2013
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Parece até que Walter Faria, dono da cobiçada Petrópolis, está se preparando para um porvir longe de garrafas e engradados. Seu percurso empresarial é cada vez mais inusitado e oblíquo, com negócios que passam a léguas do mercado cervejeiro e, aparentemente, não guardam qualquer conexão ou sinergia entre si. Depois de investir no setor elétrico, com a compra de uma participação na Electra Energy, Faria está perto de fincar raiz no agronegócio. Segundo informações obtidas junto a  Imcopa, o empresário é o principal candidato a salvar a lavoura da companhia paranaense, uma das maiores produtoras de soja do Brasil. Fontes próximas a Frederico Busato Junior, controlador da empresa, afirmam que ele vem mantendo negociações com Faria. As conversas envolveriam tanto a venda de uma participação quanto a transferência integral do controle. Consultada, a Imcopa negou a operação. Walter Faria, por meio da assessoria da Petrópolis, declarou “não ter informação sobre o assunto”. Não custa lembrar que a Petrópolis mantém uma parceria com a Imcopa para a venda de soja desde 2008. Na época, circularam no setor informações de que o acordo era apenas um biombo, por trás do qual Faria teria acertado um contrato para a aquisição da empresa paranaense. a€s vezes, o tal mercado erra o santo e o milagre; a s vezes, só não acerta o horário da missa. O fato é que, hoje, a Imcopa se tornou um campo minado. Com dívidas na casa dos R$ 800 milhões, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial no início do ano. Há cerca de três anos, Busato apostou todas as suas fichas em um acordo extrajudicial com os credores, na expectativa de ganhar fôlego para recapitalizar a companhia. Desde então, no entanto, a situação se agravou. Ressalte-se que a Imcopa tem seus atrativos, a começar por dois complexos industriais no Paraná, com capacidade para esmagar mais de dois milhões de toneladas de soja por ano. Talvez uma coisa seja uma coisa e outra coisa não passe de outra coisa. No entanto, este processo de diversificação de negócios suscita a ideia de que Walter Faria está preparando o terreno para a venda da Petrópolis. Olhando-se para as atuais condições do mercado, o momento parece mais do que propício. A indústria cervejeira passa por um período de apreciação generalizada. Deve isso ao fenômeno AmBev, que puxou o valuation dos demais ativos do setor. Por sua vez, a Petrópolis nunca esteve tão valorizada e cobiçada. Passou a Kirin/Schincariol no ranking e tem feito sucessivos investimentos no aumento do parque fabril. É por essas e outras que a Heineken não sai da porta de Walter Faria.

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