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Zaffari e Angeloni na mira de um alquimista das finanças

  • 18/01/2013
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Os Zaffari e os Angeloni são duas famílias unidas pelas origens sulistas, pela tradição no varejo e, sobretudo, pela notória resistência a s investidas de pesospesados do setor. Parecem até sangue do mesmo sangue, sócios da mesma empresa. Tantas semelhanças não passaram despercebidas aos olhos de um arguto banco de investimentos, useiro e vezeiro em participar de algumas das principais operações de M&A e equity no mercado brasileiro. A instituição financeira assumiu sua porção de alcoviteira e tem se movimentado para promover o enlace entre as redes varejistas Zaffari e Angeloni. Trata-se de uma costura complexa, que precisaria da anuência dos mais de 20 sócios das duas companhias. O bônus, no entanto, é altamente recompensador para todos os envolvidos. Os dois conhecidos clãs do varejo teriam a possibilidade de tocar um negócio duas vezes maior e sem perder o controle acionário – ainda que ambos tivessem de se adequar a uma gestão compartilhada. Já o banco de investimento herdaria uma participação societária na nova empresa, posto capaz de despertar a inveja de muita gente graúda do setor. Procurado, o Zaffari negou a operação. Já o Angeloni não se pronunciou até o fechamento desta edição. Considerando-se que o Pão de Açúcar passou ao controle do Casino, a fórmula engendrada pelo alquimista das finanças consolidaria o novo grupo como a maior rede supermercadista de controle puro-sangue nacional, posto que já pertence a  empresa gaúcha. Juntos, Zaffari e Angeloni registraram um faturamento superior a R$ 5,5 bilhões em 2012. Ambas teriam sob seu guarda-chuva mais de 50 lojas, a maior parte na Região Sul. A nova rede teria uma posição ainda mais folgada no top five do mercado, posição hoje ocupada isoladamente pela empresa gaúcha. Passaria a ser responsável por algo em torno de 2,3% das vendas totais dos super e hipermercados nacionais – em 2011, o Zaffari participou com 1,3% do faturamento do varejo. Além de anabolizar suas operações de super e hipermercados, as duas empresas teriam um expressivo potencial de crescimento na área de shopping centers, no qual o Zaffari já está presente. Os gaúchos detêm sete empreendimentos em Porto Alegre e São Paulo, com a bandeira Bourbon. Em contrapartida, o Angeloni aportaria no novo grupo seu braço no varejo farmacêutico, composto por 19 drogarias.

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