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UBS Brasil é um relógio em descompasso com a matriz

  • 14/09/2012
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O CEO do UBS no Brasil, Lywal Salles, está no meio de uma intrincada negociação com a matriz. Sua missão é acertar os ponteiros da subsidiária com o rigoroso relógio dos suíços, que parece correr mais devagar. O executivo vem tentando obter sinal verde para tirar do papel uma série de medidas que seriam implementadas no início do ano e foram adiadas pelo grupo. O que está em jogo é a expansão do banco no país, o que inclui tanto o aumento das áreas de atuação quanto a ampliação da própria estrutura física e do quadro de funcionários. O principal projeto sobre a mesa é a entrada no segmento de private equities, com a consequente criação de uma unidade específica para a gestão dos fundos. Ao mesmo tempo, Salles negocia com a matriz um aumento de capital que, entre outras consequências, permitiria ao UBS aumentar a oferta de crédito para grandes clientes corporativos. Para dar suporte a estas operações, o executivo também costura com o board a contratação de aproximadamente cem funcionários. A olho nu, pode parecer nada. No entanto, este número representa quase dois terços do atual quadro do banco no Brasil. Em tempo: a baixa densidade demográfica nos escritórios do UBS, na Faria Lima, em São Paulo, reflete o adiamento dos planos de expansão no país. No início do ano, dezenas de novos computadores foram instaladas no local. Até hoje esperam por seus usuários. Segundo informações filtradas junto ao UBS no Brasil, Lywal Salles está convicto de que dobra a resistência da matriz. Isso mesmo com a persistência de alguns fatores que contribuíram para a pisada no freio. O principal deles é a demora do Banco Central em conceder autorização para o grupo voltar a atuar como banco no país. Os suíços aguardam pela licença desde 2010, antes mesmo da compra da Link. Aliás, a rigor, nem a própria aquisição da corretora foi aprovada pelo BC, o que só ajudou a alimentar a cautela do grupo. Em seu trabalho de persuasão, Salles também acredita que convencerá a matriz a passar por cima da estiagem de IPOs, um dos principais negócios do UBS no Brasil, e até mesmo de recentes tropeços na área de M&A. O banco disputou e perdeu o posto de adviser de importantes operações fechadas no país nos últimos meses, como a compra da Comgás pela Cosan e a entrada do próprio grupo sucroalcooleiro na ALL. Procurado pelo RR, o banco informou que “não comenta especulações de mercado”.

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