Acervo RR

Bombril tem mil utilidades e uma solitária voz de comando

  • 20/07/2012
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Governança corporativa e disclosure viraram artigos em extinção dentro da própria Bombril. Os próprios executivos da empresa estariam se ressentido da falta de informações sobre os planos estratégicos. O silêncio é reflexo da postura do acionista controlador e presidente do Conselho de Administração, Ronaldo Sampaio Ferreira, que se tornou um personagem fechado em copas. Ferreira, que sempre teve traços de centralizador, teria ficado ainda mais indevassável. Praticamente não compartilha decisões ou planos de negócios com seus diretores. Nem mesmo o presidente executivo, Antônio Armando Marchioni, escapou da clausura. Suspeita-se até que o empresário atravessa uma forte depressão. Tomara que seja mera especulação. Dentro da Bombril, há quem diga, em tom sarcástico, que a governança está restritos aos raros momentos em que Ferreira conversa consigo próprio. Diante deste cenário, o animus dos executivos varia entre o desestímulo e a impaciência. Entre os próprios diretores, quanto maior o encapsulamento de Ronaldo Sampaio Ferreira maior a percepção de que a Bombril parece estar congelada no tempo. Ao longo dos últimos meses, os investimentos foram reduzidos. Ferreira teria cancelado boa parte dos lançamentos previstos e mesmo os colaboradores historicamente mais próximos desconhecem se e quando os planos serão retomados. O projeto de aquisição de concorrentes – no ano passado, a empresa chegou a ser apontada como candidata a  aquisição da Assolan – também se tornou um grande enigma. Na empresa, nada mais se fala sobre o assunto. Ferreira também conduz a renegociação do passivo como se fosse um assunto pessoal e intransferível. Nos últimos meses, a companhia repactuou o correspondente a 75% do endividamento de curto prazo, que foi alongado para 2017. Entre 2010 e 2011, a Bombril conseguiu reduzir o passivo de longo prazo, mas a bola de neve voltou a crescer. Em março deste ano, a cifra chegou a R$ 490 milhões, contra R$ 450 milhões em dezembro de 2011. Nos últimos três meses, o patrimônio saiu de R$ 38 milhões negativos para R$ 46 milhões negativos. Procurada pelo RR, a Bombril informou que,?desde 2006, após o retorno do presidente do Conselho, Ronaldo Sampaio Ferreira, está no seu melhor momento tanto na gestão quanto nos resultados?. Esclareceu ainda que o Conselho ?dá total autonomia ao presidente e diretores nas tomadas de decisões?. A empresa negou cortes de investimento.

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