Acervo RR

Tegram navega em meio a um maremoto societário

  • 22/05/2012
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O futuro Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), em Itaqui, é um porto nada seguro. O projeto parece uma traineira a  deriva, diante dos conflitos entre os sócios – um cardume da maior biodiversidade, que inclui Pátria Investimentos, Promon Engenharia, Glencore, CGG Trading e o Consórcio Crescimento (Louis Dreyfus e AMaggi). Os desentendimentos começam na própria modelagem da holding que está sendo criada para administrar o terminal e – pelo menos assim reza o figurino original – investir em outras concessões portuárias. As partes não se entendem quanto a  divisão do bolo. Glencore, Louis Dreyfus e AMaggi, que são do ramo, disputam o controle do capital e o direito de operar o terminal. Apenas Pátria e Promon, reunidos na gestora de recursos P2 Brasil, estão fora dessa briga. A dupla está no barco como investidora institucional e deverá ter uma participação de até 10%. Louis Dreyfus e AMaggi chegaram a propor a partilha do restante das ações por quatro. No entanto, como não abriram mão da operação do empreendimento, a proposta bateu no paredão da Glencore e voltou feito um eco. Procuradas pelo RR, Glencore e Louis Dreyfus não quiseram se manifestar. A AMaggi não retornou até o fechamento desta edição. A desarmonia envolve também a escolha da estrutura de gestão do Tegram. Originalmente, estava definido que cada um dos acionistas indicaria um diretor. Este formato, no entanto, naufragou, até como reflexo da disputa de poder e da consequente falta de acordo em relação a  divisão societária. Os investidores discutem agora a possibilidade de contratação de gestores independentes. Ainda assim, nada andará enquanto perdurar o impasse em torno da composição acionária do consórcio. Parafraseando o dito popular, projeto que nasce torto cresce torto. O Tegram parece fadado a navegar por mares bravios e inóspitos. Os problemas começaram já na licitação. Derrotadas no leilão, Cargill, Bunge e Cosan questionaram a capacidade financeira do consórcio vencedor. Estas duas últimas chegaram a entrar na Justiça, mas desistiram no meio do caminho. A Cargill, no entanto, deu sequência ao contencioso. Em meio aos estilhaços internos, os integrantes do consórcio vencedor garantem ter bala na agulha pra tocar o projeto. Além dos R$ 143 milhões pagos na concessão, terão de investir algo próximo de R$ 350 milhões na construção da infraestrutura necessária para o escoamento de grãos. Isso quando se entenderem

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