Acervo RR

Mosaic e Yara adubam a compra da Fertilizantes Heringer

  • 4/04/2012
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A Fertilizantes Heringer tornou-se a namoradinha do setor. A empresa vem sendo cobiçada por dois grandes grupos internacionais dispostos a adubar sua operação no país. A Mosaic e a norueguesa Yara estão interessadas na aquisição. Ambas já teriam iniciado conversações com a família Heringer. A Mosaic vem sendo assessorada por um grande banco de investimentos norte- americano. De acordo com um executivo ligado a  fabricante de fertilizantes de origem mineira, a empresa estaria avaliada em aproximadamente R$ 1 bilhão – o que representaria um prêmio de controle de quase 80% sobre o valor de mercado. Segundo a mesma fonte, no caso da Mosaic, há a possibilidade de os Heringer manterem uma participação minoritária na empresa ou receberem ações do próprio grupo norte-americano como parte do pagamento. O eventual comprador da Heringer herdará uma empresa com faturamento anual de R$ 4,7 bilhões. Incorporará ainda 19 fábricas de fertilizantes. Procurada pelo RR, a Yara informou que “não comenta especulações de mercado”. A Mosaic não se manifestou até o fechamento da edição. O RR também entrou em contato com a Heringer por meio de sua assessoria de imprensa, mas não obteve retorno. Yara e Mosaic têm vários fatos em comum. Nos últimos dois anos, na esteira da crise mundial e da retração da demanda por fertilizantes, as duas empresas pisaram no freio e reduziram seus investimentos no Brasil. Com a expectativa de recuperação do setor, noruegueses e norte-americanos ressuscitaram uma velha disputa. Em 2008, as duas multinacionais teriam procurado a Heringer. Primeiro, esbarraram em discordâncias quanto ao valor da operação. Logo depois, com o estouro da hecatombe dos subprimes, ambas baixaram suas armas. Mais um ponto de interseção entre Mosaic e Yara: além do interesse na Heringer, ambas retomaram os investimentos no greenfield. Em apenas um dos projetos previstos para este ano, os noruegueses vão investir cerca de US$ 50 milhões na ampliação de sua unidade misturadora de matérias-primas na cidade de Rio Grande (RS). A Mosaic, por sua vez, pretende desembolsar pouco mais de US$ 100 milhões para expandir sua produção no país. No caso específico da empresa norte-americana, a reviravolta é ainda mais emblemática. Há cerca de três anos, a Mosaic foi alvo de boatos sobre sua saída do Brasil – a Vale chegou a ser apontada como forte candidata a  compra de seus ativos.

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