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Alibaba e B2W aprontam um negócio da China com o Yahoo

  • 28/12/2011
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De um lado, o maior conglomerado de comércio eletrônico da asia; do outro, a grande potência do setor no mercado brasileiro. A chinesa Alibaba e a B2W, controlada por Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, são fortes candidatas a um enlace cibernético. As duas empresas vêm mantendo conversações conduzidas por um banco de investimentos japonês. Uma das fontes que acompanha o negócio com lupa prevê que dessas tratativas poderá surgir uma das maiores empresas de comércio eletrônico do mundo. Através de uma operação de troca de ações entre si e da alavancagem de recursos em mercado, a dupla poderá partir para uma oferta pelo Yahoo. Parece algo extravagante até para Lemann e cia., mas diziam a mesma coisa por ocasião da fusão entre AmBev e Interbrew e, posteriormente, da compra da Anheuser-Busch. Jorge Paulo Lemann estaria disposto até a se tornar minoritário para participar de um dos maiores negócios do mundo da área de internet. Para se ter uma ideia das cifras envolvidas na operação, os valores de mercado do Yahoo e da Alibaba são, respectivamente, de US$ 18,5 bilhões e de US$ 32 bilhões. A B2W vale uma ninharia se comparada aos dois mastodontes, mas a capacidade de seus acionistas de alavancarem recursos em mercado não pode ser desprezada por nenhum concorrente. Além disso, a empresa tem um valor estratégico ainda imensurável. Ela serviria de porta de entrada da Alibaba no Brasil, mercado que os chineses consideram absolutamente prioritário para ampliar suas operações fora da asia. Essa aliança sino-brasileira poderia representar a ressurreição do Yahoo, hoje visto como o patinho feio do mercado mundial de internet em razão da forte perda de share. A nova companhia indexaria os dois principais mercados emergentes e poderia concorrer com os grandes nomes do setor, como Google e Facebook. Não obstante a B2W ser o menor elo de toda a cadeia, o impacto desta operação dentro da própria empresa tem tudo para ser grandioso. Até porque a holding controladora da Americanas. com, Submarino, Shoptime e Ingresso.com atravessa um momento nada festivo. A B2W se tornou sinônimo de mau atendimento ao consumidor. Seus notórios problemas logísticos para a entrega de mercadorias a transformou em campeã de reclamações em diversos Procons estaduais, com forte impacto sobre sua imagem institucional. Ao mesmo tempo, a empresa vive um período de vacas magras. Entre janeiro e setembro deste ano, acumulou um prejuízo de R$ 60 milhões, contra um lucro de R$ 47 milhões em igual período no ano passado. Em igual intervalo, seu faturamento ficou praticamente estagnado, passando de R$ 2,9 bilhões para R$ 3,05 bilhões. Parece um dote pequeno para entrar em um casamento portentoso. Mas o que conta é que o preço do Brasil ficou caro.

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