Acervo RR

Estiagem de crédito trinca as pilastras da Tishman Speyer

  • 27/10/2011
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O chão se abriu sob os pés de Daniel Cherman, presidente da Tishman Speyer no Brasil. Cherman, que parecia destinado a ser o comandante de um dos maiores projetos imobiliários do país, agora corre risco de se tornar um mestre de obras inacabadas. A dificuldade da incorporadora de montar seu terceiro fundo de investimentos voltado exclusivamente ao mercado brasileiro -ver RR edição nº 4.208 -colocou um ponto de interrogação sobre todos os seus planos para o país. Sem aportes da matriz, a subsidiária tem sido obrigada a usar recursos do caixa para tocar empreendimentos já em curso, que totalizam mais de R$ 1,5 bilhão. Sem tijolos suficientes para colocar esta construção em pé, a Tishman Speyer está de portas abertas para a chegada de outros investidores. A intenção é buscar sócios específicos para cada projeto. A prioridade no momento é encontrar um parceiro para a Tower Bridge, prédio de escritórios em São Paulo, próximo a  Ponte Estaiada. O empreendimento deve custar entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões. Um forte candidato a sócio é a Brookfield, antiga Brascan, que já participa do projeto como responsável pela construção. Parte dos recursos que têm garantido a sequência das operações da Tishman Speyer ainda é uma reserva de caixa proveniente do primeiro fundo lançado pelos norte-americanos para o Brasil, em 2007. Mas a fonte começa a secar. Em grande parte, as limitações da Tishman Speyer no Brasil se devem ao modelo de operação adotado pelos norte-americanos. Na maioria dos casos, cada subsidiária é um centro de custos distinto, dissociado da matriz e, portanto, precisa gerar seus próprios recursos. Em épocas de fartura do mercado internacional, nenhum problema: foi desta maneira que a empresa montou seus dois primeiros fundos no país. Agora, no entanto, com a estiagem de crédito, a incorporadora não conseguiu chegar nem perto dos US$ 300 milhões que esperava amealhar. Enquanto os novos parceiros não chegam, a ideia da Tishman de comprar terrenos e se fixar em Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, avanço previsto para este ano, foi para a gaveta.

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