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BNDES e Eletrobras pagam a conta das futuras hidrelétricas

  • 25/08/2011
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As eventuais mudanças no programa nuclear brasileiro vão custar caro para o governo. O iminente atraso na construção das quatro usinas atômicas já aprovadas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) será compensado com uma descarga extra de subsídios. Como forma de garantir as metas de produção de energia para os próximos anos, o Planalto vai acelerar a instalação de hidrelétricas com o apoio ainda mais escancarado do BNDES e da Eletrobras. O banco será o fiador-mor das geradoras. Todos os novos projetos passarão a ter financiamento pré-aprovado pela instituição. O BNDES usará como garantia os contratos firmes de compra de energia – os chamados Power Purchase Agreement (PPA) -, que serão ofertados a indústrias eletrointensivas e comercializadoras de energia. Da mesma forma, a fatura que o governo vai jogar no colo da Eletrobras não será pequena. O preço da estatal será a onipresença. Em todos os leilões, a holding e suas subsidiárias deverão ter 49% do consórcio vencedor. Ou seja: significa dizer que todas as usinas serão licitadas com financiamento a perder de vista, assegurado pelo BNDES, e com a garantia da participação de um sócio operador, a Eletrobras ou suas controladas. A estatal será ainda responsável pelos estudos prévios de viabilidade dos projetos hidrelétricos, em Parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Aneel e o Ibama. O novo modelo contemplará, prioritariamente, usinas localizadas na Amazônia, com capacidade de geração individual superior a mil megawatts. Já valerá, portanto, para o leilão das hidrelétricas do Rio Tapajós, previsto para o primeiro semestre de 2012. Nos próximos 10 anos, o governo pretende injetar no Sistema Interligado Nacional (SIN) mais de 25 mil megawatts, o equivalente a quase duas usinas de Itaipu. Entusiasta dos grandes projetos hidrelétricos desde os tempos de Minas e Energia, Dilma Rousseff quer aproveitar as novas medidas para intensificar o uso do mecanismo de fast track criado pelo governo para agilizar as concessões no setor elétrico. O Planalto segue insatisfeito com o ritmo da liberação das licenças ambientais prévias e também com o excesso de rigor do TCU, que tem gerado atrasos na construção de usinas já leiloadas

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