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Acervo RR
Os problemas da San Antonio – holding controlada pela GP Investimentos e que reúne diversas prestadoras de serviço para a indústria de petróleo e gás – são mais profundos do que a camada do pré-sal. Não obstante a repactuação da dívida financeira, no fim do ano passado, a empresa está a s voltas com sérias dificuldades de ordem societária. Os minoritários têm feito pressão sobre a GP para a venda de suas ações. Minoritário, neste caso, é força de expressão. A fila dos candidatos a deserção é puxada pela musculosa Temasek, companhia de investimentos do governo de Cingapura, que administra mais de US$ 160 bilhões em ativos. A lista de insurretos inclui ainda os fundos Dilurey, de origem argentina, e Point Eleven Holdings, que mantiveram fatias pequenas mesmo após os sucessivos aumentos de participação da GP. Detentores de aproximadamente 15% da San Antonio – a maioria destas ações compradas por meio de fundos da própria GP -, estas empresas querem empurrar suas participações para a gestora de private equity. Com base no valuation do controle integral da empresa, fixado no ano passado por conta da reestruturação da dívida, a fatia pertencente ao trio está orçada em torno de US$ 140 milhões. A eventual saída vai além de uma mera mudança societária. Representará a redução de aportes na San Antonio. Não faltam motivos para o motim societário na San Antonio. Há sérias discordâncias entre os fundos e a GP em relação a gestão da holding, motivadas, sobretudo, pela forma centralizadora com que a empresa de private equity estaria tocando o negócio. Além disso, os minoritários se cansaram de carregar sobre os ombros o elevado passivo da San Antonio. Em que pese o alongamento da dívida, a holding ainda tem um passivo de longo prazo na casa dos US$ 670 milhões. O custo de manutenção do endividamento tem, inclusive, inviabilizado a realização de novos investimentos nas controladas, entre as quais se destacam a Sotep e a Prest. De acordo com uma fonte ligada a Temasek, os aportes nas subsidiárias da San Antonio previstos para os próximos dois anos já foram cortados em 20%. Além de tourear o inflamável descontentamento de seus sócios, a GP ainda precisa equacionar os problemas operacionais da San Antonio. Dentro da gestora de private equity, a percepção é que dificilmente será possível levar o negócio adiante sem um drástico enxugamento das empresas que compõem a holding. Uma das medidas discutidas é o fechamento de algumas das 25 unidades na América Latina – além do Brasil, a companhia está presente em sete países.
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