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Privatização das usinas do Tapajós sai da prancheta

  • 6/07/2011
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O governo fechou o formato da primeira grande privatização do setor elétrico na era Dilma Rousseff: a licitação das usinas hidrelétricas do Rio Tapajós. A definição mais importante diz respeito ao próprio modelo de venda das geradoras. De acordo com uma alta fonte do Ministério de Minas e Energia ouvida pelo RR ? Negócios & Finanças, as usinas serão leiloadas uma a uma, e não mais em dois blocos, como estava originalmente previsto. A primeira das hidrelétricas a ir a leilão, no primeiro semestre de 2012, será a São Luís do Tapajós, a maior do complexo, com capacidade superior a seis mil megawatts. A unidade entrará em operação em 2018. De acordo com a mesma fonte, o governo definiu também uma das questões mais importantes do leilão: as participações da Eletrobras e do BNDES. A estatal e suas subsidiárias não entrarão diretamente nas licitações, ao contrário do que ocorreu na privatização de Belo Monte e das usinas do Rio Madeira. A Eletrobras e suas controladas negociarão posteriormente com cada um dos consórcios vencedores seu eventual ingresso na operação. Em todas as usinas, a empresa terá uma fatia de, no máximo, 49% do capital e não deverá participar diretamente da gestão. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas, no que diz respeito a  Eletrobras, o governo sabe, de antemão, que terá pela frente um fio desencapado. Dentro do processo de fortalecimento da holding, toda a negociação com os investidores privados será conduzida diretamente pela diretoria da Eletrobras. Chesf, Furnas e Eletronorte serão meras espectadoras e seguirão o caminho que o andar de cima mandar. Este procedimento certamente enfrentará a resistência de partidos da base aliada, notadamente PMDB, PSB e o próprio PT, que têm o controle político das três subsidiárias. Com relação ao BNDES, o banco deverá entrar na operação com dupla missão. De um lado, financiará até 60% dos investimentos previstos para a construção das usinas; do outro, participará como acionista dos consórcios por meio da BNDESPar. Dentro do governo, há gestões também para que o InfraBrasil, fundo que reúne recursos do próprio BNDES e de fundações, como Previ e Funcef, participe dos grupos vencedores dos leilões.

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