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Leader Magazine vive um choque de gerações

  • 1/07/2011
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A nova investida da Lojas Renner sobre a Leader Magazine – três anos após a frustrada operação de compra – descortina um ambiente de desarmonia familiar entre os controladores da rede varejista fluminense. Há um conflito de gerações entre os Gouvêa, donos da Leader. De um lado, estão o apego ao negócio e o desejo de perpetuar a saga do clã no varejo, personificados pelo fundador da empresa, Newton Gouvêa; do outro, a tentadora possibilidade de embolsar mais de R$ 1 bilhão com a venda da companhia, que atiça as novas gerações. Não por acaso, na tentativa de dobrar a conhecida resistência do patriarca a  venda da empresa, a Renner buscou um atalho. Abriu conversações com os filhos do empresário, com o claro objetivo de conquistar seu apoio a  negociação pelas beiradas. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Leader informou que “não realiza qualquer negociação de venda” e não há “desacordo entre os sócios fundadores e herdeiros neste sentido”. A Renner, por sua vez, não se pronunciou por estar em período de silêncio. Não custa lembrar que a segunda geração da família ganhou mais poder desde o fim do ano passado, quando Robson Gouvêa, um dos herdeiros da Leader Magazine, reassumiu a presidência da rede varejista. Na história recente da Leader Magazine, a imagem de Gouvêa está associada a  venda do controle da empresa. Justamente em sua primeira passagem pela presidência, o executivo conduziu uma série de mudanças que deixaram a casa arrumada para a frustrada negociação com a Renner, em 2008. Na ocasião, ele próprio teria sido um dos principais entusiastas da venda para a varejista gaúcha. Ao contrário do que dizia Karl Marx, a s vezes a história se repete e não necessariamente sob a forma de farsa. Após o revés da operação com a Renner, Newton Gouvêa jurou que jamais voltaria a vender a empresa. Desde então, empenhou-se em pedalar o crescimento da rede varejista ? até 2014 está previsto o maior plano de expansão da Leader Magazine em quase uma década, com a abertura de 25 lojas. No entanto, a segunda geração da família ? leia-se os quatro filhos de Newton Gouvêa ? respeitam a posição do patriarca, mas não compartilham de sua promessa de não se desfazer do negócio. Os herdeiros têm se deixado sensibilizar pelas recentes investidas sobre a Leader Magazine. Além da retomada das tratativas com a Renner, recentemente a Lojas Americanas teria mantido contatos com os Gouvêa. Um grande fundo de private equity também procurou a família. A sondagem mais curiosa teve como protagonista um banco de investimento, que alegou representar a Previ. Pode ser. Recentemente, o próprio presidente da fundação, Ricardo Flores, deu declarações a respeito do interesse de comprar participações em redes de varejo.

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