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André Esteves quer ser o “herdeiro” da Lojas Colombo

  • 27/05/2011
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André Esteves sabe farejar uma presa a milhas de distância. Em seu habitual estilo predador, o BTG Pactual está cercando por todos os lados a Lojas Colombo, com o objetivo de comprar uma participação na tradicional rede varejista gaúcha. Mais do que um mero investimento de portfólio, Esteves enxerga a possibilidade de ter uma presença expressiva no capital e atuar diretamente na própria gestão da companhia. O banqueiro mira na maior das vulnerabilidades do empresário Adelino Colombo, de 80 anos: sua notória dificuldade em conduzir um processo de sucessão na rede varejista. Parece até sina. Nas últimas semanas, mais uma tentativa de profissionalização da gestão da empresa deu com os burros n’água. No início de maio, o executivo Gustavo Courbassier deixou o comando executivo da Colombo depois de ficar somente cinco meses no cargo. Adelino, que pretendia limitar sua presença ao Conselho de Administração, teve de reassumir o dia a dia da administração. Em 2005, o empresário apostou suas fichas no executivo Eldo Moreno, ex-Pernambucanas, mas a gestão profissionalizada durou apenas três anos. André Esteves joga o jogo com a melhor das vantagens: sabe as cartas que Adelino Colombo tem na mão, ou melhor, que ele não tem na mão. O problema sucessório da Lojas Colombo começa a se agravar dentro da própria família. Dos quatro filhos de Adelino, apenas um, Carlos Alberto Colombo, trabalha na empresa. Mas o próprio rebento já decidiu que não assumirá o posto de número 1 do grupo, o que torna ainda mais delicada a posição do patriarca. Esteves quer se aproveitar desta fragilidade para ser mais do que um sócio da Colombo e assumir uma postura de mando na gestão da companhia. O BTG teria ingerência sobre uma rede com forte atuação na Região Sul, com mais de 350 lojas e faturamento anual na casa de R$ 1,6 bilhão. A investida sobre a Colombo seria uma forma de André Esteves compensar o iminente fracasso na compra da Casa & Vídeo. O processo de due diligence da rede carioca, em curso há cerca de três meses, mostrou que há mais esqueletos financeiros do que se supunha nas prateleiras da empresa. Só em dívidas já reconhecidas, o BTG teria de assumir mais de R$ 300 milhões.

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