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Previ, Petros e Funcef coabitam fundo imobiliário

  • 2/05/2011
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Está em gestação a criação de um megafundo de investimentos para o setor imobiliário. Os artífices do projeto são Previ, Petros e Funcef, as três maiores fundações de previdência privada do país. O plano passa pela formatação de uma carteira que englobará investimentos conjuntos das três entidades. Os recursos aplicados devem passar de R$ 2 bilhões apenas nos primeiros 12 meses. Na mira do trio, a construção de shopping centers e prédios comerciais e a compra de participações em imobiliárias e incorporadoras. A princípio, os ativos imobiliários que já fazem parte da carteira de cada uma das fundações ficarão de fora do negócio. A operação não será um clube privê. Vai ser aberta a  presença de fundos de investimento e de companhias do setor imobiliário, como forma de alavancar o potencial de captação de recursos. Neste último caso, um forte candidato a engatar no comboio puxado pelas três fundações é a Veromonte, holding que reúne os investimentos imobiliários do espanhol Enrique Baa±uelos no Brasil. Desde o início do ano, a empresa vem mantendo conversas com a Previ para uma parceria no setor, que poderia se materializar por meio da associação com os outros dois fundos de pensão. A própria Veromonte está trabalhando na captação de até R$ 1 bilhão junto a investidores internacionais. Parte destes recursos seriam colocados sobre a mesa na parceria com as fundações. A operação se encaixa sob medida nos planos das três fundações de aumentar seus investimentos no setor imobiliário. A Previ tem cerca de R$ 1 bilhão reservados para aplicar nesta área ao longo de 2011. Hoje, apenas 3,5% dos ativos da instituição estão alocados em imóveis. A meta é passar dos 6% nos próximos dois anos. O interesse do fundo é alimentado pelo bom desempenho da sua carteira imobiliária. No ano passado, foi o segmento que registrou a mais alta rentabilidade na carteira de aplicações da Previ. Com um ganho de 17,95%, superou os títulos públicos (12,5%) e os investimentos em ações (6%). A Petros, por sua vez, pretende ampliar a participação dos imóveis de 3% para até 5% de sua carteira ? um quinto destas aplicações está concentrado no setor de shopping centers, segmento que recebeu o maior volume de recursos nos últimos anos. Já a Funcef deverá entrar com o menor número de recursos no novo fundo de investimentos imobiliário capitaneado pelas três fundações. A entidade está engessada: atualmente, 7,8% de seus recursos estão aplicados no setor imobiliário. O índice beira o limite de 8% permitido por lei. Dentro da Funcef, já se discute uma revisão da carteira imobiliária, muito provavelmente com a venda de participações em shopping centers ? a entidade é sócia de 15 empreendimentos. Desta maneira, a fundação ganhará fôlego para os investimentos conjuntos com Previ e Petros sem se desenquadrar nas regras atuariais.

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